Elizabeth Santos Leal de Carvalho, adotou o nome artístico de Beth Carvalho. Cantora, compositora e instrumentista, nasceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 05 de maio de 1946. Na carreira como cantora, se tornou uma das maiores intérpretes do samba, a partir do início da década de 1970, ajudando a revelar nomes como Luiz Carlos da Vila, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Almir Guineto e Arlindo Cruz.

Beth decidiu seguir a carreira artística após ganhar um violão da mãe. Ainda criança, ouvia emocionada as canções de Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida, que eram grandes amigos de seu pai advogado. A mãe também era pianista, como a avó Ressú, bandolinista e violonista. Uma família dedicada à música.
Em toda infância fez balé e na adolescência estudou violão. Seguindo nessa área, foi professora de música, passando a dar aulas em escolas do bairro onde morava. Comumente seu pai a levava aos ensaios das escolas de samba, onde ela dançava em apresentações nas festas e reuniões musicais com os amigos.
Assim, na década de 1960, surgia a cantora Beth Carvalho, influenciada pela música popular brasileira tradicional e também pela bossa nova, gênero que passou a gostar após ouvir o cantor João Gilberto. Graças à formação política recebida do pai, sempre foi uma artista engajada nos movimentos sociais, políticos e culturais.
Em 1979, casou-se com o jogador de futebol Édson de Souza Barbosa, conhecido como Édson Cegonha, que passou pelos clubes paulistanos Corinthians, São Paulo e Palmeiras. Em 22 de fevereiro de 1981, nasceu sua única filha Luana Carvalho, que se tornaria atriz e cantora, espelhando-se no sucesso da mãe. Poucos anos após o nascimento da filha, separou-se do marido, agora residindo no bairro de São Conrado.
A carreira de Beth Carvalho começou na bossa nova. Em 1968 participou do movimento “Musicanossa”. As apresentações eram realizadas no Teatro Santa Rosa, em Ipanema, onde tem a chance de gravar uma das suas canções “O Som e o Tempo”, na etiqueta Musica-nossa. Em 1965, gravou o primeiro compacto com a canção “Por Quem Morreu de Amor”, composição de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Um ano após (1966), já envolvida com o samba, participou do show “A Hora e a Vez do Samba” ao lado de Nelson Sargento e Noca da Portela. Na era dos festivais, participou de quase todos, principalmente o “Festival Internacional da Canção (FIC), apresentado pela TV Globo.
Em 1972 gravou o grande sucesso “Folhas Secas” do compositor Nelson Cavaquinho e em 1975, fez o mesmo com Cartola (Angenor de Oliveira) ao gravar” As Rosas Não Falam”. A partir daí, foram 51 anos de carreira, 31 discos, 2 DVDs e apresentações em diversas cidades do mundo como: Angola, Atenas, Berlim, Boston, Buenos Aires, Frankfurt, Munique, Lisboa, entre outras mais. A extensa discografia foi gravada nos estúdios da RCA Victor, Copacabana, EMI-Odeon, Tapecar, Som Livre, Philips e outras mais.
Por volta do ano de 2010, Beth Carvalho sofreu uma fissura no sacro (osso localizado na base da coluna vertebral). Devido a esse problema, passou a se apresentar deitada em uma cama sem poder sentar ou andar. A situação de saúde foi agravada por uma neuropatia, causada por ter ficado muito tempo na mesma posição durante a cirurgia na coluna, tendo por causa uma artrose do fêmur.
Beth Carvalho faleceu no dia 30 de abril de 2019, aos 72 anos. Ela estava internada desde o dia 8 de janeiro no Hospital Pró-Cardiaco Rio. A causa-mortis foi uma infecção generalizada. Seu desaparecimento repercutiu no meio cultural, artístico e político. A Estação Primeira de Mangueira, em suas redes sociais lembrou dela como “um dos mais importantes nomes do samba e a voz que cantava com alma as cores do pavilhão mangueirense. Os leitores que admiravam seu desempenho artístico, poderão recordar suas belas gravações acessando o YouTube.
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