Quinta Avenida

Bing Crosby – o pai dos cantores modernos (II)

Em mais de cinquenta anos de presençano disco, Bing Crosby gravou em estúdio aproximadamente 2.000 temas musicais. A fase Decca Records  foi profícua, servindo para a consolidação do prestígio. Paralelamente, os programas de rádio “Kraft Music Hall”, com sua liderança na rede NBC (National Broadcasting Company) alcançavam uma  audiência média de 50 milhões de ouvintes sintonizados todas as quintas-feiras à noite, entre 1937 e 1946.

A gravadora Decca Records deu-lhe todos os recursos técnicos disponíveis na época para que, tudo resultasse em um trabalho de alta qualidade. Com esmerados arranjos orquestrais e dirigido, entre outros, pelos maestros Victor Young, George Stoll e John Scott Trotter (seu diretor musical), gravou centenas de canções que se tornaram jóias do cancioneiro popular norte-americano, colocando-o em permanente destaque. Entre 1934 e 1954, quarenta discos de 78 rotações contendo dois temas, chegaram ao primeiro lugar nas paradas de sucesso e mais de duzentos ficaram entre os dez mais vendidos (topten). O belo e imortal hino natalino “ White Christmas” (Natal Branco) composto por Irving Berlin, gravado em 1942, transformou-se no mais vendido em todo mundo, permanecendo nas paradas entre 1942 e 1962, atingindo a cifra de 40 milhões de cópias. A indústria fonográfica norte-americana credita-lhe  a marca de 400 milhões de cópias vendidas. Só superada  por Elvis Presley, Frank Sinatra e Johnny Mathis.

A importância de Bing Crosby no disco, impressiona pelos números, Nos anos 1930 e 40, seus discos estavam colocados entre os dez mais vendidos, mais vezes do que qualquer outro cantor; revezando nos primeiros lugares os lados A e B dos próprios 78 rotações. Ele teve a primazia de lançar temas que se tornaram “standards” e até hoje lembrados. Para refrescar a memória, podemos citar alguns como: “Pennies From Heaven”, “Temptation”, “Blues Skies”, “At Last”,  “Moonlight Becames You”, “How DeepIs The Ocean”, “I Surrender Dear”, “Swinging On A Star”, “True Love”, “In The Cool, Cool. Cool Of The Evening, “On The Sunny Side Of The Street” e “Change Partners”. A amizade que manteve durante toda vida com o homem de jazz, o trompetista e cantor negro Louis Armstrong, ensejou o aparecimento de antológicas gravações em dueto, assim como, apresentações no rádio, televisão e películas cinematográficas interpretando temas jazzísticos de alta qualidade. Na película “High Society” (Alta Sociedade) de 1956, rodada nos estúdios da Metro-Goldwin-Mayer, ambos aparecem cantando com “a corda toda” o belo suingante “Now You Has Jazz”.

O programa “Kraft Music Hall”, que Bing apresentava com talento e simpatia, foi o mais popular
do rádio norte-americano, todos gravados e disponíveis na forma de compact-discs, com ótima qualidade de som. Neles eram apresentadas as famosas big bands, seus líderes e crooners, comediantes, astros e estrelas do cinema, enfim, destacados artistas da época, em ambiente alegre e descontraído. Bing Crosby só começou a ser ofuscado, após o surgimento de Frank Sinatra e da ascensão do cantor de rock-and-roll Elvis Presley, a partir da metade dos anos 1950. Entretanto, o respeito e prestígio, continuaram intocados. Os tempos mudaram e o gosto popular também.

Adicione um comentário

Clique aqui para adicionar um comentário