AME Memórias de São Bernardo

Bom Bril e suas 1001 utilidades

Carlos Moreno – o Garoto Bom Bril (divulgação do site creativosbr.com.br)

O sucesso de vendas das esponjas de aço Bom Bril, deveu-se a uma mulher, Maria Cecília Lara de Campos, que incentivou seu marido, Roberto Sampaio Ferreira a produzir as lãs de aço com uma máquina que ele recebeu em pagamento de uma dívida.
As mulheres brasileiras, que no final dos anos de 1940 estavam trocando suas panelas de ferro pelas panelas de alumínio, não conseguiam limpá-las corretamente com esponjas comuns. Foi tão grande a aceitação das esponjas de aço que, venderam 48.000 delas no primeiro ano de fabricação, em 1948, numa instalação no bairro do Brooklin, em São Paulo. O nome BOM BRIL, inspirado no nome de um produto similar dos EUA chamado Brilhus, ficou conhecido por suas 1001 utilidades. e que, além de panelas servia para limpar vidros, ferragens, louças e vários outros materiais.
Em 1976, houve a mudança da fábrica para São Bernardo do, na Via Anchieta, km 14. Foram construídas grandes e modernas instalações. não só para atender a demanda do produto, mas também para fabricar vários outros como o Sapólio Radium, detergente Limpol, desinfetantes Kalipto e Pinho e amaciante Bijou – todos fabricados até hoje. A grande alavancagem de vendas deu-se quando o publicitário Washington Olivetto lançou em 1978 a propaganda com o “Garoto BOM BRIL”, interpretado pelo ator Carlos Moreno, que apareceu na TV brasileira em cerca de 350 comerciais. Moreno trabalhou para a BOM BRIL por 37 anos e entrou em 1994 para o Guinness Book por sua atuação contínua como o garoto propaganda, o rosto público da marca BOM BRIL.
Com a morte de seu fundador em 1982, Roberto S. Ferreira, houve uma disputa entre os controladores e a família, pela direção da empresa. Após muitos altos e baixos, no ano de 1995 a Bombril foi vendida ao grupo italiano Cirio Finanziaria. No ano de 2003 houve vários pedidos de falência na justiça contra esta empresa. Entretanto, em 2006, Ronaldo Sampaio Ferreira, descendente do fundador, assume a direção da empresa. Devido a dívidas vultuosas, principalmente de impostos, a Bombril entra em recuperação judicial em 2018. Sua direção atual diz que a empresa é sólida e tem condições de se recuperar e está se empenhando em pagar suas dívidas.
Embora tenha fábricas em Minas Gerais e em Pernambuco, a de São Bernardo é carinhosamente chamada de “A Casa da Bombril”. Para aproximar o consumidor dos mais de 200 itens fabricados, foi aberta uma loja no Shopping do Coração, na Rua Mal. Deodoro, centro de São Bernardo, É um misto de loja, espaço de inovação, mapeamento de tendências e avaliação de lançamentos.

Elexina Medeiros D’Angelo – integrante da AME (Associação dos Amigos da Memória de São Bernardo)

Fábrica Bom Bril em São Bernardo do (foto: de Marcelo Gonçalves (Folhapress/Valor Econômico)

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