
Foi se o tempo que o brasileiro, sem opção, acabava indo para a informalidade para garantir a renda no final do mês. Era o cenário de crise, com desemprego em alta. Hoje, a realidade é outra. Mesmo com opção e empresas ofertando vagas, o brasileiro tem optado pelo trabalho sem carteira assinada.
Se antes a informalidade era questão de necessidade, hoje se tornou uma escolha do trabalhador e isso tem levado à escassez de mão de obra qualificada para ocupar vagas com carteira assinada.
Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), feito com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a renda dos trabalhadores informais vem aumentando, diminuindo a diferença em relação aos trabalhadores formais. Dez anos atrás, por exemplo, os trabalhadores com carteira assinada ganhavam, em média, 73% a mais do que os sem carteira. Em 2024, essa diferença caiu para 31%.
A escolha pela informalidade vem ganhando força pelo avanço da tecnologia, com ênfase nos aplicativos de transportes e entrega de mercadorias, que proporciona ao trabalhador maior flexibilidade na jornada de trabalho. No trimestre até fevereiro deste ano, o Brasil tinha 39,079 milhões de trabalhadores atuando na informalidade, segundo o IBGE.
Escassez de mão de obra qualificada
Com este movimento da informalidade no País, a escassez de mão de obra qualificada é realidade em alguns setores da economia, como construção civil e supermercados. Na construção civil, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção(CBIC) e o SENAI lançaram o Plano Nacional de Capacitação da Construção Civil.
O plano contempla tanto trabalhadores homens quanto mulheres, com formatos adaptados às realidades dos canteiros de obra e às necessidades das empresas. “Esse plano é um trabalho que emociona. A gente buscou tantas saídas para resolver a questão da mão de obra e da produtividade, e ver o SENAI acolher essa ideia nos dá esperança de transformar vidas. Esse é um plano de trabalho que trata de pessoas, e que pode mudar o setor da construção civil para melhor”, afirmou o presidente da CBIC, Renato Correia.
Foto: Tomaz Silva – A.Brasil
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