O debate envolvendo a saída ou não da Grã-Bretanha da UE, um movimento apelidado de Brexit, que significa a abreviação das palavras em inglês Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída), foi confuso e acirrado.
A opção por deixar o bloco europeu venceu por mais de 1,2 milhão de votos. A decisão pode mudar a geopolítica mundial nas próximas décadas.
Aqueles que votaram pela saída mantém a sua posição com argumentos sobre a soberania britânica, a quantidade de dinheiro que o Reino Unido envia à UE, e o problema que envolve a imigração descontrolada. Alguns que votaram para permanecer, dizem que seus laços com a Europa são profundas, outros porque desejam evitar uma nova recessão. Alguns querem impedir o que provavelmente seria uma decisão irreversível sobre o futuro do país, em um clima de tanta incerteza.
A saída é um momento potencialmente histórico: Nenhum país ainda deixou a UE e isso torna impossível dizer com certeza o que vai acontecer agora que a Brexit se tornou uma realidade.
O que a UE já fez por tecnologia?
Os cidadãos britânicos têm razões para serem gratos com a UE – priorizou banda larga em todas as casas, regulamentou a proteção de dados e reconheceu a importância dos países trabalhem juntos, em questões de segurança cibernética.
A UE trabalha na direção de um mercado único digital, um mercado online sem emendas, onde os serviços digitais podem prosperar e onde a indústria, o emprego e a economia como um todo, recebe os benefícios da digitalização. Até mesmo o igual acesso à Netflix foi assegurado.
A UE também desenvolve a possibilidade de os usuários de telefones poderem fa-zer ligações sem ter que pagar taxas de roaming. Essas políticas são bem-vindas não apenas para os consumidores; todas as operadoras do Reino Unido acreditam que a adesão à UE é boa para seus negócios, elas queriam permanecer na UE.
BT, que ganha cerca de um quinto das suas receitas fora do Reino Unido, disse que valoriza a forma que a adesão à UE abre mercados. “A diretoria e a administração sênior da BT ter sido clara há meses que as perspectivas da empresa são melhores se o Reino Unido permanecesse em uma UE reformada”, disse um porta-voz da BT.
O Reino Unido lidera o setor de tecnologia da Europa: o país ostenta 18 das 47 empresas de tecnologia privadas da UE, valendo mais de mais de $ 1 bilhão, são os “unicórnios”, como são conhecidos. Quase dois terços dos entrevistados para uma pesquisa realizada pela Juniper, acha que a indústria de tecnologia sofreria com o resultado da redução do financiamento da UE para o setor de tecnologia no Reino Unido, e que Londres seria menos atraente como um hub de tecnologia.
E agora, como se desenrolará o processo?
O artigo 50 do Tratado de Lisboa, de 2009, desenha o processo da saída:
• Após a vitória do Brexit, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, deverá notificar a Comissão Europeia (CE) da intenção do seu país.
• Começam as negociações relativas aos trâmites para a saída do Reino Unido e para a definição das futuras relações com os restantes 27 Estados membros.
• Os líderes restantes dos 27 Estados membros da União Europeia e o Parlamento Europeu terão agora de chegar a um acordo de implementação.
• O Reino Unido deixa de participar das conversações da União Europeia.
• Os tratados da União Europeia serão alterados para permitir o novo estatuto do Reino Unido. O Reino Unido irá, muito provavelmente, preparar uma nova legislação nacional.
Há alguns exemplos de países que trabalham com a União Europeia sem serem Estados membros. Cada acordo é único e tem as suas próprias vantagens e desvantagens.
