A Câmara de Comércio França-Brasil reuniu mais de 100 empresários franceses, na quarta (4), em evento fechado, para debater junto ao prefeito de São Paulo, João Doria Júnior, os desafios e as oportunidades de novos negócios para a retomada do crescimento.
O presidente da entidade, o empresário Thierry Fournier, presidente da Saint-Gobain para o Brasil, Argentina e Chile, afirmou, na ocasião que um dos objetivos do encontro era aproximar os investidores franceses da cidade, facilitar investimentos, acelerar validação de projetos para poderem investir mais em inovação, treinamento de mão de obra, e também no setor imobiliário.
Doria, em discurso emocionante, revelou detalhes da sua relação com a política e a França. “Não sou da política, mas, estou na política, e faço isso com muito respeito pela vida pública, pois, meu pai foi deputado federal e viveu uma vida pública e sofreu com ela, porque foi pro exílio, onde eu aprendi a respeitar muito a França, pois foi em Paris o exílio do meu pai. E fui junto com a minha mãe, e meu irmão, e lá vivemos durante dois anos”, disse. E acrescentou que tem boa relação com a França. “Foi o país que abraçou a nossa família, permitiu o exílio do meu pai, o tratou com muita dignidade. Meu pai era um homem apaixonado pela França, dominava o francês com enorme fluência, e tinha os valores franceses, princípios que ele adotou na sua própria vida. Então, tenho razões de sobra para amar a França, respeitar a França e ter uma relação muito próxima com todos franceses, é uma relação muito grande na minha vida, por conta da minha família”, afirmou.
Gestão inovadora
Doria confirmou seu empenho e de sua equipe em melhorar as condições para São Paulo retomar o desenvolvimento econômico. “Nossa gestão é totalmente focada na inovação, tanto que criamos uma secretaria de Inovação e Tecnologia. Para se abrir uma empresa em São Paulo, precisava de 126 dias, ou seja 4 meses e meio. Com ação do Daniel Annenberg, secretário de Inovação e Tecnologia, e a participação de todas as demais secretarias, em ações articuladas com o governo federal, com a Receita, com o Sebrae, hoje, se abre uma empresa em São Paulo, em cinco dias. Em 2019, em São Paulo, irá se abrir uma empresa em São Paulo, como se abre na China, em 24 horas. Essa é a nossa meta em São Paulo”, disse.
Desburocratização
Um grande entrave nacional, a burocratização, também foi tema debatido pelo prefeito. “Os processos serão 100% digitais em março de 2018. Com isso, 100% das aprovações da nossa cidade serão digitais. Isso significa velocidade, transparência e vamos evitar a corrupção. Se você digitaliza, você elimina o intermediário que propõe facilidades em troca de propinas”, afirmou.
O prefeito também lembrou que na área ambiental o prazo para uma manifestação de aprovação ou não de licença era de 22 meses. “Agora, já reduzimos para 4 meses e vamos reduzir para 60 dias. É preciso trabalhar para que a lei seja cumprida”, disse.
Futuro e esperança
Doria disse que na manhã de quarta (4), conversou por telefone com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sobre o futuro do país. “A esperança move o país. Move inclusive a economia de um país. Metade de um movimento de recuperação econômica são números, fatos reais, números de vendas, a outra metade é psicológico, se você tem esperança, confiança, vamos avançar e estamos num momento que a esperança pode ser resgatada”, disse.
Presidência
O prefeito afirmou que ainda não é hora de materializar sua candidatura à presidência. “Talvez pense nesta questão, no início do ano que vem”, disse.
Sobre a pré-candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro avaliou que haverá muita dificuldade de se sustentar nas primeiras posições a medida que chega as eleições, pois como ele ainda está fora da mídia, e a tendência é desidratar.
Sobre Lula, Doria afirmou que ex-presidente ainda cativa grande parte do eleitorado das regiões de Norte e Nordeste. “Nessas regiões, há um grau de confiabilidade surpreendentemente elevado num personagem como esse, que tem nove indiciamento criminais”, disse. Ainda sobre Lula, Doria avaliou que, caso o petista seja preso, durante o processo eleitoral, seria um erro histórico. “Se prenderem o Lula, é pior ainda, porque ele vai se vitimizar e aí incendeia o País. E mesmo que Lula não seja candidato, ele vai ter um preposto e serão dois a fazer campanha”, revelou.