A empresária e primeira-dama de São Bernardo, Carla Morando (PSDB), pela primeira vez, irá disputar uma eleição, como candidata a deputada estadual.
A ideia foi surgindo aos poucos. No começo do mandato do marido Orlando Morando, Carla assumiu o desafio de retomar os trabalhos do Fundo Social de Solidariedade da cidade, desativado há 8 anos. O resultado não só foi exemplar, como impulsionou os boatos que Carla levava ‘jeito’ para política e que deveria se candidatar. “Não queria, disse isso ao Orlando também, mas, aumentava os comentários e perguntas, por onde andava, se não seria candidata. Disse não ao Orlando. A pressão aumentou. Então, saiu no jornal o pedido do Doria, do Bruno Covas, e até do Alckmin, para eu me candidatar. Depois os vereadores de São Bernardo se reuniram e me pediram. E meus clientes iam na minha loja (Carla é proprietária de duas lojas Kopenhagen) pedirem para eu me candidatar. Fiquei sem saber o que fazer. Então, entendi isso como uma missão. E vou ter que cumpri-la”, disse.
A decisão são foi nada fácil. “Recebi o apoio do Orlando, mas, só aceitei mesmo depois de conversar com meus dois filhos e meus pais. Eles entenderam. Vou precisar muito do apoio deles” revelou.
Nos bastidores políticos, a vitória de Carla é dada como certa, não só pelo legado deixado pelo marido Orlando, enquanto deputado estadual, por três mandatos, mas, também, por sua legião de eleitores (Morando foi o deputado mais bem votado do ABC), que ficaram órfãos de candidato a deputado estadual. “Estou muito com o pé no chão, eleição não é muito simples. O Orlando tem um nome, as pessoas o conhecem, o governo dele é bem aprovado. Isso tudo ajuda, não tenho dúvidas. Mas, não sou ele. Não sei se haverá essa transferência de votos e quanto será. Se for eleita está ótimo”, contou.
PROJETOS
Carla garante que se for eleita, irá focar seu trabalho na região. “Vou fincar minhas raízes no ABC, buscarei projetos que o Orlando já deixou encaminhado e outros que atendam pedidos para beneficiar as cidades de São Bernardo, Santo André, São Caetano, Ribeirão Pires, Mauá, Diadema, não importa quem seja o prefeito, nem de qual partido seja. Represento uma região. Então, a demanda deles é o que vou buscar também”, conta.
O foco da candidata será o terceiro setor. “O que me lançou para a vida pública foi o terceiro setor, quando comecei a fazer os projetos sociais, que acabaram tendo esse destaque na minha vida e, por conta disso, darei continuidade. São entidades que acolhem as crianças em períodos que elas não estão na escola ou creches, ou idosos. São equipamentos que não são públicos, mas têm um serviço muito bom. As pessoas que montam porque querem, o fazem porque têm vontade, porque gostam. E não por obrigação.”, disse.
Dentre os projetos já iniciados pelo marido Orlando, Carla irá continuar as tratativas para a tão aguardada Linha 18, para a chegada do metrô no ABC. “Ficou tudo pronto o projeto. Só parou porque acabou o dinheiro, com a crise política, nos governos, federal e estadual. Vou buscar isso. E, se tudo der certo e tivermos o Alckmin na presidência e o Doria no governo do Estado, será mais fácil esse caminho”, enfatiza.
Carla também pretende buscar a modernização das estações da CPTM no ABC. “Desde que me conheço por gente é a mesma coisa. Também vou buscar a instalação de uma estação nova na Pirelli, que é uma demanda de Santo André, que o prefeito Paulo Serra pediu. Já Ribeirão Pires precisa tem uma demanda de uma alça de saída do Rodoanel, por exemplo. E em São Caetano, o foco será o piscinão do Jaboticabal, numa região de divisa com São Paulo. São coisas que enquanto deputada, estarei buscando, de todas as regiões”, garante.
Para São Bernardo, seu berço eleitoral, Carla buscará mais equipamentos de Saúde. “Não temos nenhum AME (Ambulatório Médico de Especialidades), (rede de reabilitação) Lucy Montoro, não tem a rede (de combate ao câncer) Hebe Camargo, que são equipamentos do Estado, que não teriam nenhuma oneração para os cofres públicos da Prefeitura. Temos quase 1 milhão de habitantes e não temos equipamentos de saúde que todos as outras cidades têm”, afirma.
A candidata também garante que irá buscar a redução dos gastos e irá renunciar a toda e qualquer ‘mordomia’ política. “Não irei usar carro oficial. Vou enxugar a verba e os cargos de gabinete. Isso é uma das coisas que as pessoas estão esperando de todos os políticos”, revela.
MULHER NA POLÍTICA
Carla acredita que é importante a participação das mulheres na política. “Estou recebendo bastante apoio das mulheres, que representam 52% do eleitorado. Demoramos para tentar assumir o comando desta ‘casa’, porque só tem homens. Se há 2% de mulher na política é pouco. Então, se não está funcionando com os homens, vamos tentar mudar isso aí”, enfatiza.