Carlos Eduardo Lyra Barbosa (Carlos Lyra), nasceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 11 de maio de 1933. Cantor, compositor e violonista, foi um expoente do jazz, que nos deixou imortais e belas canções no movimento musical conhecido como bossa nova. Ao lado do também compositor Roberto Menescal, fez parte das mais ativas figuras jovens da bossa nova. Entre as canções mais famosas estão “Você e eu”, “Coisa mais linda”, “Maria ninguém”, “Influência do jazz”, “Lobo bobo”, “Se é tarde me perdoa” entre outras mais.

Lyra nasceu no bairro carioca de Botafogo, filho mais velho de José Domingos Barbosa, oficial da Marinha e Da. Helena Lyra Barbosa, começando a compor músicas em um piano de brinquedo já aos 7 anos de idade para, em seguida, tocar gaita de boca. Ainda adolescente, fraturou uma das pernas um campeonato de salto à distância, obrigando-o a ficar em absoluto repouso durante meses. Para passar o tempo, ganhou um violão, aprendendo a tocar utilizando o “Método Paraguaçu”.
Os estudos básicos foram realizados em semi-internato no Colégio Santo Inácio, concluindo o segundo grau no Colégio Mallet Soares em Copacabana, onde conheceu o amigo de toda vida Roberto Menescal. Com ele inaugurou a primeira Academia de Violão, como uma maneira de sobreviver profissionalmente a atividade musical. Entre os alunos, que passaram pela academia e tornaram-se famosos estavam Nara Leão. Marcos Valle, Edu Lobo e Wanda Sá. Nessa época Lyra decidiu abandonar o curso de arquitetura e mergulhar de corpo e alma na música. Ao lado dos parceiros Ronaldo Bôscoli, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto. Lyra compôs a primeira música ”Quando chegares”, em 1954. Nesse mesmo ano, a canção “Menina”, foi interpretada pelo cantor e compositor Geraldo Vandré no “I- Festival da Canção”, realização da Televisão Rio. A cantora Sylvinha Telles também gravou o tema em 1955 lançado pela gravadora Odeon.
Um ano após, Lyra iniciou a carreira profissional como músico, tocando violão elétrico no conjunto do pianista Benê Nunes. Em 1956, surge o samba “Criticando”, precursor do tema “Influência do jazz”, gravado pelo quarteto vocal Os Cariocas. A parceria com o letrista Ronaldo Bôscoli começou em 1957 com “Lobo bobo” e “Se é tarde me perdoa”. Em 1959, suas composições “Maria Ninguém”, “Lobo bobo” e “Saudade fez um samba”, receberam gravações de João Gilberto no famoso álbum “Chega de Saudade” lançado pela Odeon.
Posteriormente (1960), fazendo gravações na Philips Records, gravou o primeiro disco “Carlos Lyra Bossa Nova”, com texto escrito pelo famoso compositor Ary Barroso. A seguir escreveu a trilha sonora de “A mais valia vai acabar seu Edgard”, peça teatral de Oduvaldo Vianna Filho e direção de Chico de Assis. Nesse ano, conheceu o poeta e diplomata Vinícius de Moraes, que se tornaria seu parceiro letrista em inúmeras canções de enorme sucesso, como “Você e eu”, “Coisa mais linda”, “Primavera”, “Minha namorada” e outras mais. Em 1979, participou do Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) em Salvador na Bahia. Nessa ocasião regeu o coro de cinco mil estudantes que cantaram em “uníssono” o “Hino da UNE”, em plena ditadura militar.
Em 1964, Carlos Lyra deixou o país, após o golpe militar, indo residir na América do Norte. Casou-se com a atriz e modelo norte-americana Katherine Lee Riddell, radicada no Brasil como Kate Lyra no ano de 1969, com quem teve a filha Kay Lyra, cantora popular de formação clássica. Em 2004, divorciou-se de Kate, após 34 de união. Tempos depois, casou-se com a produtora Magda Botafogo.
Carlos Lyra, inspirado musicista, nos legou uma obra musical imorredoura e bela, juntamente com seus ilustres parceiros. Após ser internado em um hospital na Barra da Tijuca, com um quadro de febre alta, faleceu no dia 16 de dezembro de 2023, aos 90 anos de idade. Convido os leitores a ouvirem belos temas disponíveis no YouTube, passando momentos de enlevo ouvindo música de alta qualidade. Durante a carreira ele compôs cerca de 190 canções.

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