Chegou o Carnaval. A maior festa popular do país será celebrada por mais de 53 milhões de pessoas em todos os estados e deve movimentar, neste ano, em todo o Brasil, R$ 12 bilhões em faturamento, de acordo com projeção realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O número representa aumento de cerca de 8% em relação ao ano passado. Com isso, a edição de 2025 pode ser a mais lucrativa desde 2015, com crescimento de 2,1% em relação ao ano anterior.
Vitrine do país no exterior, o Carnaval carioca, com a folia de rua no Rio de Janeiro espera 8 milhões de foliões, gerando movimentação econômica de aproximadamente R$ 5,5 bilhões, de acordo com a Rio Tur. Já na Bahia, a movimentação turística deve atingir 3,5 milhões de visitantes, gerando receita estimada em R$ 7 bilhões. Em Salvador, um dos destinos mais procurados para o carnaval, aproximadamente 850 mil turistas são esperados nos circuitos tradicionais da cidade, e devem movimentar cerca de R$ 1,8 bilhão, o que representa crescimento de 63% em relação a 2024, segundo o Observatório do Turismo da Secult.
No Estado de São Paulo, o Carnaval de rua segue batendo recordes. São esperados 4,5 milhões de foliões e movimentação de R$ 6,4 bilhões, segundo o Centro de Inteligência da Economia do Turismo (CIET), da Setur-SP. Só na Capital, serão 767 blocos, 860 desfiles e um público estimado em 16 milhões de pessoas, o maior já registrado.
Esses números não mentem. O Carnaval também se tornou uma das festas mais lucrativas para o mercado de entretenimento nacional. Seja com fantasias, adereços carnavalescos, bebidas alcoólicas, mas, principalmente festas e com os milhares de bloquinhos pelas ruas das cidades.
Porém, ao contrário do que se imagina, a origem do carnaval brasileiro é totalmente europeia. A história do Carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial, sendo uma herança do entrudo português e das mascaradas italianas. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo. A brincadeira de origem portuguesa que, na colônia, era praticada pelos escravos. Nela, as pessoas saíam às ruas sujando umas às outras, jogando lama, urina etc. O entrudo foi proibido em 1841.
As marchinhas de carnaval surgiram também no século XIX. A marchinha “Ó Abre Alas” foi a primeira composta por Chiquinha Gonzaga, em 1899. A obra é considerada a primeira marchinha de Carnaval da história. O samba somente surgiria por volta da década de 1910, com a música ‘Pelo Telefone’, de Donga e Mauro de Almeida.
Na Bahia, os primeiros afoxés surgiram no início do XX, com o objetivo de relembrar as tradições culturais africanas. Os primeiros afoxés foram o ‘Embaixada Africana’ e ‘Os Pândegos da África’. Por volta do mesmo período, o frevo passou a ser praticado no Recife, e o maracatu ganhou as ruas de Olinda.
Por volta da década de 1910, os corsos surgiram, com os carros conversíveis da elite carioca desfilando pela Av.Central, atual Av.Rio Branco. Tal prática durou até por volta da década de 1930. Entre as classes populares, surgiram as escolas de samba na década de 1920. A primeira disputa entre as escolas ocorreu em 1929.
Atualmente, o glamour dos bailes de carnaval e a magia das marchinhas, com confete, serpentina e sprays de espuma deram lugar, muitas vezes, ao funk com letras carregadas de conteúdo erótico, roubos de celulares e arrastões. Ainda assim, que neste Carnaval os brasileiros possam se esquecer dos problemas, por algumas horas, e cantar “Ó, abre alas, que eu quero passar”.
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