Fabio Picarelli Opinião

Carros antigos viram paixão em Paranapiacaba

Carro antigo é saudosismo. Uma relíquia que vale mais do que um novo para os colecionadores. São verdadeiras obras de arte expostas em museus e exposições em várias partes do mundo.
Quem tem um veículo desses sabe o cuidado que se deve ter para conservar. Além da dificuldade de encontrar peças de reposição, é preciso evitar a ferrugem na lataria e manter os acessórios como se fossem originais.
Em geral, os proprietários investem muito mais nos automóveis clássicos do que se comprasse um zero quilômetro que existe na praça. A categoria possui até uma Federação Brasileira de Veículos Antigos, fundada em 1987 por um grupo de aficionados com objetivo de coordenar as atividades dos clubes associados, montar um calendário de eventos, fornecer orientações e representar junto às autoridades federais, estaduais e municipais. A Federação conta atualmente com 251 clubes filiados de todas as partes do país. Na região Sudeste, São Paulo é representado por 68 entidades e o Rio de Janeiro por 22.
Paranapiacaba foi palco de um evento de carros antigos no domingo passado. Um público seleto fez questão de visitar o local. Apesar de as cidades do ABC investirem cada vez mais nesse tipo de exposição, a paisagem tradicional da Vila transporta a um cenário de época como nos filmes e novelas.
A avaliação de quanto custa um clássico nacional depende de fatores como modelo, estado de conservação, raridade, procura e exclusividade. Os valores mais elevados são justamente os de séries limitadas ou com número reduzido de unidades produzidas. Mas, a popularidade do modelo no mercado dos colecionadores tem também um impacto inestimável. O design, a alta performance dos esportivos e o papel significativo dentro da história do automobilismo são os que mais atraem os interessados.
O mais cobiçado, sem dúvida, é o lendário Fusca, produzido pela Volkswagen entre 1959 a 1996. Outros que lideram a procura são o Chevrolet Chevette, a Brasília e o Fiat 147. Entre os antigos mais valorizados estão o Dodge Charger (73 a 75); Kombi Corujinha (68 a 75); Dodge Dart 2 (70 a 73); Camaro Coupê (67 a 69) e o Maverick GV V8 (73 a 76). Entre os clássicos, os mais visados são Ferrari 246 Dino, Pontiac GTRO, Chevrolet Impala, Porshe 968, Land Rover Defender 90, Volvo 245 e Cadillac DeVille Convertible.
Apesar de automóveis com mais de 20 anos de fabricação estarem isentos de pagamento de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), o Contran (Conselho Nacional de Trânsito), no uso da competência, exige o registro e licenciamento de veículo de coleção para aqueles com mais de 30 anos, original ou modificado, com valor histórico.
Já os importados devem ser registrados no Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) para obtenção do CAT (Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito), caso contrário poderão ser impedidos de circular em vias públicas do Brasil.
Portanto, se você quer ser um colecionador de clássicos, fique atento a essas normas. Mas, se você é apenas um apreciador, pode visitar as exposições consultando o site https://www.encontrosdecarrosantigos.com.br/ .
Este ano, em comemoração aos 472 anos do aniversário de Santo André, o prefeito Gilvan Ferreira abriu o estacionamento do Paço para o I Encontro de Carros Antigos. Cerca de 300 veículos de diversos anos, marcas e modelos levaram o público a uma viagem no tempo. Sempre com sucesso!

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