Política

CDHU retira 450 famílias em situação de risco no Galpão Eiji Kikuti, em São Bernardo

Estado está investindo mais de R$121,9 milhões para subsidiar a compra dos apartamentos dessas famílias

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) ultrapassou a metade do processo de desocupação da comunidade Galpão Eiji Kikuti, em São Bernardo, com a retirada de 450 famílias que ocupavam moradias irregulares. A ação visa a remover os moradores da área, classificada como de alto risco, e prover atendimento habitacional digno e seguro por meio do programa Casa Paulista, na modalidade Carta de Crédito Associativo (CCA), que viabilizará mais de 600 unidades habitacionais em dois empreendimentos.

Até o momento, mais de 296 famílias já assinaram o contrato para a compra do imóvel com financiamento facilitado feito pela Companhia. Ao todo, o Estado está investindo mais de R$121,9 milhões para subsidiar a compra dos apartamentos.

Equipes da CDHU montaram uma base no local durante a desocupação para auxiliar as famílias na saída dos imóveis. Além disso, para impedir novas ocupações, a Companhia também está realizando demolições das casas, à medida em que ficam vagas.

“O nosso compromisso é garantir dignidade e um lar seguro para as famílias. As nossas equipes do setor social, que estão atuando diretamente no apoio à desocupação, realizaram o cadastro de cada uma das famílias. Agora, elas serão atendidas e terão acesso a uma moradia segura, em um ambiente que proporciona o desenvolvimento familiar”, afirma Ticiane Costa D’Aloia, diretora de Atendimento Habitacional da CDHU. Ela complementa que a mudança das famílias terá mais impactos positivos no cotidiano delas. “A localização dos novos empreendimentos também irá facilitar o acesso dos moradores aos comércios, às redes de transportes e aos equipamentos públicos. A qualidade de vida dessas pessoas vai melhorar e é essa a meta da Companhia”, finalizou.

Para promover a saída imediata das famílias, que estão constantemente expostas aos riscos de incêndios, inundações e desabamentos, será pago auxílio-aluguel de R$ 600 no período previsto para construção dos empreendimentos, que, em média, é de dois anos. Metade deste valor será custeado pela Prefeitura e o restante pela CDHU.

Uma das famílias que vai deixar a comunidade é a de Michele Lorena Oliveira Bruno, de 31 anos. Mãe da Elisa, de 9 meses, e Helena, de 10 anos, ela finalmente pode desfrutar da sensação de alívio depois de 11 anos morando no local. “Não é bom morar neste local porque não tem água, ou, às vezes, quando tem água, não tem luz. O esgoto é aberto. E tudo isso, querendo ou não, prejudica a saúde da gente”. Michele complementa dizendo que vivia sempre em estado de preocupação: “Muitas vezes não dá para deixar as crianças brincando porque chove e tem muito rato. A gente dorme preocupada, porque se pega fogo na casa do vizinho, vai pegar na minha, na do outro. Tem muito material aqui que é inflamável, que pode queimar rápido”, relata.

A conquista de um novo lar, que irá promover mais dignidade e estrutura para a família, é comemorada pela autônoma. “É uma vitória porque hoje em dia todo mundo consegue comprar um carro, mas uma casa é mais difícil. Não é de graça, mas a gente vai ganhar um financiamento. Vai sair daqui e ter uma vida mais digna para os nossos filhos, um endereço, um comprovante de residência. A perspectiva de vida é muito boa daqui para frente”, celebrou.

Por meio do CCA, modalidade pela qual as famílias serão atendidas, a Companhia compra diretamente com as incorporadoras as unidades habitacionais e depois as financia para os novos moradores.

O primeiro empreendimento, que já está em fase de contração, será construído na Estrada da Cooperativa, no bairro Alvarenga, e terá 296 unidades, com 50 m² divididos entre uma sala com terraço, dois quatros, banheiro, cozinha e área de serviço. Além disso, o prédio terá estrutura completa, com salão de festa, churrasqueira, quadra poliesportiva, brinquedoteca, playground e sala de medicação. Já o segundo empreendimento está com a documentação sendo finalizada na Prefeitura de São Bernardo e seguirá o mesmo padrão.