AME Memórias de São Bernardo

Chácara Cayres: a primeira vinícola artesanal de São Bernardo

Sede da Chácara Cayres na década de 1990

Por volta de 1940, antes da emancipação de São Bernardo, Aurélio Cayres comprou o terreno que já pertencera aos padres Beneditinos, ao Linhão Jurubatuba e à família de José Odorizzi. Uma área de 100 mil metros quadrados.
Cayres, imigrante português, criava animais, plantava uva e produzia vinho, com tecnologia importada e experiência portuguesa. Usava barris de carvalho francês, rolhas do Alentejo (região de Portugal) e garrafas europeias de GRES (feitas a partir de argila de grão fino, plástica, sedimentária e refratária, como a cerâmica). Parece que tinha 32 barris e 4 tonéis. Os vinhos seriam do tipo “douro” e o “vinho verde” português. A Colônia dos Cayres produziu vinho artesanal até 1960. Dados obtidos do jornalista Rogério Ruschel, afirmam que a Chácara faz parte da história do município, mas hoje, apesar de ser um Sítio Arqueológico, de acordo com o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), está esquecida por todos, na Av. José Odorizzi, ao lado do Cenforpe (Centro de Formação de Professores), Via Anchieta, Km 21, próximo da fábrica da Scania.
Uma boa parcela, do que restava da construção, foi derrubada para a colocação do segundo viaduto Tereza Delta. O terreno onde está o Sítio Arqueológico pertenceu aos integrantes da família Odorizzi. As fundações ainda preservam cerca de 15 baias para vacas de leite. Parte do imóvel é da Prefeitura e o restante foi comprado por uma empresa. Está tombado como patrimônio cultural da cidade pelo COMPAHC-SBC (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de São Bernardo do Campo). A última pessoa que habitou o local foi Cyro Cayres, filho do Sr. Aurélio, um ex-piloto que participava das corridas em Interlagos, entre 1950/1970. Viveu na Colônia até 1999, quando faleceu. Visitem o local.

Tércio A. Nelli – integrante da Ame (Associação dos Amigos da Memória de São Bernardo)

Tonel de carvalho na adega da
Chácara Cayres, na década de 1940

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