Com o passar dos anos, o aumento da ocupação urbana, alta circulação de carros, excesso de asfalto, concreto e, consequentemente, menos cobertura vegetal, as cidades e a população sofrem o fenômeno denominado ilhas de calor, que aumenta as temperaturas médias de áreas urbanas em relação ao entorno.
São Bernardo é um dos casos mais severos de incidência de ilha de calor no Estado, segundo reportagem publicada no jornal O Estado de S.Paulo, com dados da UrbVerde. O município fica atrás somente da Capital e à frente de Guarulhos. Em São Bernardo, o coeficiente de ilha de calor, que leva em conta a intensidade das ilhas de calor é de 86,8 (de 100). Quanto maior o coeficiente, maior a proporção da população exposta ao calor extremo durante ondas de calor.
A cidade tem, hoje, 14% de cobertura vegetal urbana, bem abaixo do mínimo de 30% necessário para quebras os efeitos das ilhas de calor, e registra temperatura média de superfície de 25.07°C. Os bairros mais prejudicados com altas temperaturas são Centro, Taboão, Paulicéia e Planalto.
A Prefeitura de São Bernardo esclarece que o município está reagindo ao cenário indicado, não só referente aos efeitos adversos das ilhas de calor, mas também em relação à emergência climática. A atual gestão criou, em janeiro, o Centro Muni-cipal de Emergências Climáticas (CMEC), atualizou o mapeamento de Uso do Solo do município, com mapeamento de ilhas de calor e densidade de vegetação, de modo a localizar espaços estratégicos para incremento da arborização urbana nas áreas mais densas e consolidadas.
Outra ação em andamento é a elaboração do Plano Diretor de Arborização Urbana, que irá estruturar um Sistema Municipal de Áreas Verdes e Espaços Livres, que será responsável pelo planejamento e execução de novos parques e praças na cidade.
O prefeito Marcelo Lima, em agenda no bairro Rudge Ramos, no domingo (9), afirmou que está proibido na cidade a poda drástica das árvores. “A primeira coisa que fizemos na primeira semana de gestão foi proibir a poda drástica de árvores em São Bernardo e a retirada de árvore só por laudo do meio ambiente e Defesa Civil que esteja em situação de risco”, disse.
Santo André também está em alerta. O município está em 5º lugar no ranking das cidades mais vulneráveis aos efeitos de ilhas de calor no Estado, com coeficiente de 83,5. Na cidade, a cobertura vegetal urbana é de 9,4% e temperatura média de superfície está em 26.04°C. A prefeitura informa que passou a contar, em 2025, com a Secretaria de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, que vai encabeçar discussões, programas e projetos voltados ao combate e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Ainda no primeiro semestre deste ano, a atual gestão irá construir o Plano Municipal de Resiliência e o Plano de Mudanças Climáticas, que permitirá maior sinergia entre as ações já existentes nas secretarias municipais.
Mauá aparece em 12º (80,6), com 10.1% de cobertura vegetal e menos da metade da população (45%) atendida por praças e parques. No município, a temperatura média de superfície é 27,35°C.
Fotos: Arquivo
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