O interesse pela nossa Língua Portuguesa “Brasileira”, falada há mais de quinhentos anos, levou-me a mergulhar no mundo encantador e fascinante das citações, provérbios, derivações, frases e pensamentos, num misto de emoção, humor e sabedoria, imortalizadas há tantas gerações.
Innocente Chiaradia, Sérgio Rodrigues, João Ribeiro e tantos outros, são autores que nos remetem à essas reflexões, além da imprensa escrita, falada e conversas no dia-a-dia.
Animais: – Doenças: – pólipo (polvo); elefantíase (espécie de lepra); câncer (caranguejo ), e as manias de indivíduos que se julgam lobos, cães.
Nas crianças, são familiares o “sapinho”, a “coqueluche” (arremedo do canto do galo), resultante de quedas conhecida como por exemplo, “um galo na cabeça”. Fome canina (de cão); bulimia (em grego, fome de boi).
Nomes de mulher:- os nomes antigos em Portugal eram feios, difíceis de serem lembrados e escritos, no limite do insuportável: – Urraca, Tareja (hoje, Tereza), Briolanja, Ximena, Izeu, Mecia, Lindarifa, Berengaria, Aldonsinda, etc…
Os números:- o número “hum”, deriva de uno, unidade, único, união, unir, reunir, alg-um, nen-um, cada um…
O número “dois” : – duo; a dúvida acontecia ao homem “dubius”.
O “três”: – originou a tribo, uma das três estirpes (romanos, lucere e sabinos) segundo a tradição.
O “quatro” é estéril quanto às derivações: – quaresma, quadro e quadra, quarto, quartejado, quadrícula.
O “cinco”: – quinhão, quinau/quinas (jogo de dados), Pompílio e Pompeo que significa o quinto filho.
O povo primitivo dificilmente conta-ria além de “cinco” que representa a mão.
“Seis”: – sesta, dedicada ao sono e repouso do meio-dia. Sextante, bisexto. “Sete”: – os hebreus falavam sete se-tenta e setenta vezes sete; no soneto de Camões (sete anos de Pastor Jacob servia…)
“Oito”: – oitante, oitava, outubro, oitenta…..
” Nove”: – em fase remota da língua aria-na, observa-se o nove e o novo.
“Dez”: – dezembro, dezena, décima, dízimo, década. Décio, o décimo filho; dinheiro, denário, deão ou decano (o mais velho num capítulo de dez frades); decumana (a décima onda).
Frases de escritores de nacionalidades e épocas diferentes: – Quem anda, vê muito mais do que quem corre (Provérbio Chinês); Políticos e fraldas devem ser trocados sempre pelo mesmo motivo (Eça de Queiroz); Brasília é como colméia, metade fica voando, e metade fica fazendo cera (Paulo Maluf); Felicidade em pessoas inteligentes é a coisa mais rara que conheço (Ernest Hemingway); Bom de briga é aquele que cai fora (Adoniran Barbosa); Não me venham com conclusões! A única conclusão é a morte (Fernando Pessoa); Ninguém pode ser sábio de estômago vazio (George Eliot); Ser valente é muito mais fácil do que ser homem (Julio Cortázar); Viver é negócio muito perigoso (João Guimarães Rosa); Quem é que quer flores depois de morto? (J. D. Salinzer).
Provérbios de Salomão: – Cuida bem, meu filho, dos preceitos de teu pai, e não rejeites os ensinamentos de tua mãe; Quem vigia a boca protege a própria vida, arruina-se quem escancara os lábios; Os olhos do Senhor estão em toda a parte, observando os maus e os bons; Uma língua reconfortante é uma árvore de vida, mas, se nela há perversão, esmaga o espírito; Melhor ficar com modéstia entre humildes, que partilhar despojos com soberbos; Aquele que se compadece do fraco, empresta ao Senhor, que lhe dará a sua recompensa