Leandro Petrin

Como é eleito o presidente dos EUA

O noticiário está repleto de notícias sobre as eleições dos Estados Unidos da América. Atentado ao Trump, desistência de Joe Biden e candidatura de Kamala Harris. Mas afinal, como é o sistema eleitoral estadunidense para eleição de seu presidente?
O sistema eleitoral dos Estados Unidos para a eleição presidencial é um processo complexo e multifacetado, que combina elementos do voto popular com um mecanismo de delegados conhecido como Colégio Eleitoral. Este sistema, que tem suas raízes na Constituição dos Estados Unidos, visa equilibrar a representação entre estados com diferentes populações e garantir uma eleição justa e representativa.
A eleição presidencial nos Estados Unidos começa com as primárias e os caucuses, que ocorrem em cada estado e território. Este processo serve para selecionar os delegados que apoiarão os candidatos na convenção nacional de cada partido. Nas primárias, os eleitores registram seus votos de maneira semelhante a uma eleição geral, enquanto nos caucuses, os eleitores participam de reuniões locais onde discutem e votam em seus candidatos preferidos.
Após as primárias e os caucuses, os delegados eleitos se reúnem nas convenções nacionais dos partidos. Durante estas convenções, os partidos oficializam seus candidatos à presidência e à vice-presidência, e os delegados votam para confirmar essas nomeações. As convenções também servem como plataformas para delinear as políticas e a direção do partido.
Já eleição geral ocorre na primeira terça-feira após a primeira segunda-feira de novembro. Neste dia, os eleitores de todo o país vão às urnas para votar no presidente e no vice-presidente. No entanto, os eleitores não estão votando diretamente nesses candidatos; em vez disso, eles estão votando em um grupo de eleitores do Colégio Eleitoral comprometidos a apoiar um determinado candidato.
O Colégio Eleitoral é composto por 538 eleitores, e a maioria dos estados atribui todos os seus votos eleitorais ao candidato que vencer o voto popular naquele estado, em um sistema conhecido como “winnertakes-all” (o vencedor leva tudo). Apenas dois estados, Maine e Nebraska, utilizam um método de distribuição proporcional. Para vencer a presidência, um candidato deve obter uma maioria absoluta de 270 votos eleitorais. Cada estado tem um número de eleitores igual ao total de seus representantes no Congresso (senadores mais deputados). Por exemplo, Califórnia, sendo o estado mais populoso, tem 55 eleitores, enquanto estados menos populosos como Wyoming têm apenas 3.
Após a eleição geral, os eleitores se reúnem em seus respectivos estados em dezembro para votar formalmente no presidente e no vice-presidente. Os votos são então enviados ao Congresso, onde são contados em uma sessão conjunta em janeiro.
Um dos aspectos mais debatidos do sistema eleitoral americano é a possibilidade de um candidato vencer no Colégio Eleitoral sem ganhar o voto popular, como ocorreu, por exemplo, nas eleições de 2000 (Al Gore) e 2016 (Hillary Clinton). A discrepância entre o voto popular e o resultado do Colégio Eleitoral se deve ao design do sistema eleitoral americano, que visa equilibrar a influência dos estados na escolha do presidente.

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