Fabio Picarelli Opinião

Como funcionam os créditos de carbono

   Diante das mudanças climáticas, com alta concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e o calor acima da média mesmo no inverno, o mercado de carbono vem ganhando força entre as empresas.
   O crédito de carbono é um mecanismo monetário regulado no Brasil por meio do Decreto nº 5882 de 2006. Em 1997 um tratado internacional conhecido como Protocolo de Kyoto foi assinado por várias nações compromissadas com um novo modelo de desenvolvimento sustentável relacionado às questões ambientais.
   O objetivo é a flexibilização de metas para a redução de emissão de poluentes. A cada uma tonelada de dióxido de carbono não emitida na atmosfera, gera-se um crédito. A redução é certificada pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que disponibiliza os créditos para a comercialização com aqueles que ainda não alcançaram as metas. O valor depende da cada   país.
   No Brasil, o comércio de créditos de carbono é feito pela Bolsa de Mercadorias & Futuro por meio de leilões. Qualquer empresa que se enquadre nas metodologias de redução pode gerar e comercializar os créditos, inclusive aquele que já aderiu à produção de energia solar.
Especialistas em economia garantem que é possível ganhar dinheiro com o crédito de carbono. Grandes empresas ou pequenos produtores rurais, desde que tenham projetos de redução de emissões, podem entrar no mercado.
   Em geral, o prazo para gerar os créditos variam de 12 a 18 meses. E quais são as vantagens e desvantagens?
   As vantagens são: o incentivo à preservação do meio ambiente, com mais qualidade de vida para a população e por conseqüência, mais saúde; o auxílio aos países que não estão inseridos no contexto; a promoção de tecnologias mais eficientes; maior facilidade para investimento de projetos ecológicos como energia renovável, reflorestamento e eficiência energética.
   Por outro lado, alguns estudiosos apontam desvantagens e alertam que podem impactar diretamente na desigualdade social, bem como a supervalorização que pode afetar os custos das empresas participantes; e a vulnerabilidade a fraudes e manipulações como a falsificação e a quantidade real das emissões de créditos.
   Independente dos pontos favoráveis e desfavoráveis, o mais importante é o comprometimento com a sustentabilidade antes que o planeta entre em colapso com as alterações climáticas e atinja o insuportável para o ser humano, a flora e a fauna.
   Vários cientistas que participaram do Acordo de Paris acreditam num cenário catastrófico se o limite do aquecimento global ultrapassar 1,5°C. Mas, uma pesquisa do Painel  Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas prevê que a temperatura ultrapassará 2,5°C acima dos níveis ainda neste século, o que supera e muito as metas propostas.
   Integrantes do grupo Plantar Hoje para Colher Amanhã lutam todo dia, cada qual à sua maneira, para expandir as fronteiras da conscientização.

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