
(Foto: CBIC)
A nova edição do “Termômetro Falconi da Construção Civil”, realizada pela consultoria Falconi, aponta que, para superar pressão de custos e escassez de mão de obra, gestores apostam em tecnologia e qualificação das equipes. Segundo o estudo, seis em cada dez executivos do segmento consideram que há uma estagnação na área, que deve se manter nos próximos meses. A leitura é resultado dos desafios que construtoras e incorporadoras enfrentam, como a falta de profissionais qualificados e o alto custo do dinheiro para financiar obras.
A pesquisa, produzida em parceria com a plataforma especializada em ERP Sienge, revelou outro contraste relevante: o avanço de tecnologias baseadas em inteligência artificial (IA). O uso de ferramentas de IA nos negócios mais que dobrou, saltando de 15% em 2023, ano da primeira edição do “Termômetro Falconi da Construção Civil”, para 38% em 2025, em uma estratégia que se potencializa em meio ao clima de cautela e de necessidade de eficiência.
Entre os obstáculos enfrentados neste ano, a falta de mão de obra lidera as preocupações, citada por 71% dos respondentes (contra 52% em 2023). Em seguida, aparecem as altas taxas de juros (48%), o custo de materiais e serviços (37%) e a demanda de mercado (36%). Em 2023 (o estudo é feito a cada dois anos), a demanda de mercado era a questão mais relevante, mencionada por 63%. “É inegável que a dificuldade em atrair e reter mão de obra qualificada atrasa a transformação do setor”, diz o vice-presidente da unidade de negócios da Falconi especializada em Indústria de Base e Bens de Capital, André Chaves.
O cenário, portanto, exige respostas precisas e imediatas das lideranças. Os caminhos para superar os desafios em curto prazo, segundo os respondentes, são: investimentos para melhorar a gestão de custos da obra (74%), treinamento e qualificação da mão de obra (57%) e fortalecimento de marca (43%). Na pesquisa feita há dois anos, as empresas priorizavam concluir projetos no prazo (66%), melhorar a experiência do cliente (44%) e investir em industrialização (41%).
O avanço na adoção de tecnologia também faz parte dos planos estratégicos. No entanto, a pesquisa aponta queda na confiança em mudanças estruturais. Apesar do salto no uso de IA e da consolidação de soluções de base tecnológica como BIM (55%), CRM (43%) e Lean Construction (41%), 20,8% disseram acreditar em mudanças significativas no setor nos próximos cinco anos, uma redução significativa frente aos 37% em 2023.
“Mais do que buscar a inovação pela inovação, temos que entender quais problemas são prioritários para serem resolvidos, definir as soluções mais adequadas (com e sem tecnologia), estabelecer padrões robustos de execução, criar rotinas de monitoramento e alinhar objetivos entre obra e matriz”, avaliou Chaves. Sem maturidade de gestão e treinamento dos times, o vice-presidente da Falconi alertou para o perigo da subutilização das soluções digitais. “Sem ações de capacitação, as empresas correm o risco de não conseguir implementá-las de forma efetiva”, diz.
O “Termômetro Falconi da Construção Civil” contou com a participação de 120 executivos do segmento, sendo 35% deles CEOs, proprietários e diretores. As entrevistas foram feitas entre 2 de junho e 10 de julho.
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