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Consumo nos lares brasileiros cresce 2,63% no semestre

O consumo nos lares brasileiros cresceu 2,63% no primeiro semestre. Na comparação com junho do ano passado, o crescimento foi de 2,83%, segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), que monitora e contextualiza o comportamento dos consumidores considerando o cenário macroeconômico e fatores sazonais, apresentado à imprensa na última quinta (24).

De acordo com o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan, a alta no consumo pode ser justificada por fatores como queda da taxa de desemprego, reajuste no salário mínimo, pagamento da primeira parcela do 13º salário, além dos recursos adicionais como o Bolsa Família, que totalizaram R$ 82,2 bilhões no período, Auxílio Gás e Programa Pé de Meia, e o pagamento dos lotes de restituição do Imposto de Renda, que injetou na economia mais de R$ 22 bilhões nos meses de maio e junho.

“Os números reforçam a resiliência do consumo das famílias brasileiras. O consumidor pesquisou preço, trocou marcas, mas não reduziu o consumo”, afirma Milan.

Marcio Milan, vice-presidente da ABRAS
(Foto: Divulgação)

Em relação aos preços de produtos de largo consumo, houve queda de 0,43% em junho, após nove altas mensais consecutivas. A última deflação ocorreu em agosto de 2024, quando a variação foi de -1,32%. Com o recuo, o valor da cesta passou de R$ 823,37 em maio para R$ 819,81 em junho, embora os preços acumularam alta de 3,18% no semestre e de 9% no intervalo de 12 meses.

 Contribuíram para queda no valor itens como ovos, que registrou queda de 6,58% nos preços no mês, arroz (-3,23%), batata (-1,90%), feijão (-0,49%) e leite longa vida (-0,25%).

Cesta Básica – No recorte da cesta de alimentos básicos, composta por 12 itens, o preço médio nacional apresentou queda de 0,48% em junho, passando de R$ 355,13 para R$ 353,42. Em 12 meses, a cesta acumula alta de 11,56%. O arroz lidera as quedas no acumulado do ano, com variação de -14,48%, seguido pelo óleo de soja (-7,45%).

Tendências – Milan afirma que no 2º semestre do ano o consumo é tradicionalmente maior, impulsionado por datas como Black Friday e festas de fim de ano. “A expectativa no consumo é uma alta é de 2,7%. Os meses de outubro, novembro e dezembro são tradicionalmente de maior oferta e maior consumo”, afirma o vice-presidente. Além disso, o consumo das famílias brasileiras deve ser impulsionado pelo pagamento do 3º lote do Imposto de Renda e auxílios como o Bolsa Família.

Tarifaço – Às vésperas do tarifaço de Trump, o vice-presidente da ABRAS afirma que o setor tem discutido o assunto no Fórum Nacional da Cadeia de Abastecimento. “Estamos analisando o impacto dessas tarifas no Brasil e também as oportunidades. Uma das propostas discutidas no Fórum, em junho, foi antecipação da implantação da Cesta Básica de Alimentos. Outro ponto que vejo como oportunidade é olhar para dentro do mercado interno e ver as oportunidades que temos para aumentar o consumo das famílias. Na próxima semana, teremos um novo debate para termos um direcionamento, será uma semana decisiva em relação a esse assunto”, disse o executivo.

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