Editorial

Corredor Verde, um oásis no ABC

Um oásis em meio à agitação das cidades. O Corredor ABD, também conhecido como Corredor Verde reúne, em seus 90 quilômetros de extensão, cerca de 13 mil árvores nativas da Mata Atlântica. São jacarandás, quaresmeiras, manacás da serra, ipês de variadas cores, espirradeiras rosa e vermelha, pata de vaca, magnolias, entre outras espécies, que embelezam os municípios de São Paulo, Mauá, Santo André, São Bernardo e Diadema, com flores coloridas que atraem pássaros e insetos.
As obras do Corredor ABD tiveram início em 1985 e a primeira parte foi inaugurada em dezembro de 1986, com o trecho entre o bairro Ferrazópolis em São Bernardo e São Mateus, na zona Leste de São Paulo. Em 1997, a empresa Metra, da tradicional família Setti Braga venceu a licitação da concessão de operação do corredor. Em 2007, a então visionária empresária Maria Beatriz Setti Braga, idealizou o projeto do Corredor Verde, mudando significativamente o espaço urbano da região, tornando-o mais agradável e bonito com o plantio das primeiras mudas.
De lá para cá, o Corredor Verde cresceu e se tornou referência mundial em práticas de conservação do meio ambiente. As mais de 13 mil árvores localizadas no Corredor contribuem para auxiliar na melhoria da qualidade do ar, captando poluentes como gás carbônico e liberando oxigênio, controlando a temperatura do ambiente e reduzindo a poluição sonora emitida pelo trânsito.
Cada grupo de sete árvores é capaz de sequestrar até uma tonelada de carbono nos primeiros 20 anos. Até o momento, as árvores do Corredor foram responsáveis por capturar 1.356,08 toneladas de CO₂.
Em 2024, a Next Mobilidade, sucessora da Metra, inaugurou o 1º Inventário de Floresta Urbana Linear do Brasil já realizado em um corredor de ônibus – o Corredor ABD.
O inventário utiliza poderosas tecnologias de apuração de dados de levantamento arbóreo. Essas tecnologias produzem informações precisas e auditáveis, por meio de monitoramento via satélite e rastreabilidade física e digital dos ativos. Todas as árvores são identificadas e monitoradas remotamente. O inventário já identificou 154 espécies preservadas, das quais 18 estão ameaçadas de extinção.
A manutenção do Corredor Verde também traz benefícios sociais. A poda é enviada para compostagem e o material volta como biomassa e serve para adubar o próprio corredor.
Em 2027, a iniciativa visionária da empresária da família Setti Braga completará 20 anos. Um projeto de sucesso, modelo para outras cidades e que representa o cuidado com o meio ambiente, a proteção de espécies nativas, estimula a biodiversidade, recupera espaços degradados e reduz os efeitos das mudanças climáticas.
Além disso, com o projeto Corredor Verde + Verde, a meta da Next Mobilidade é ampliar ainda mais o total de árvores no local e chegar a 16 mil. Os governos locais poderiam se inspirar nesta iniciativa.

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