Negócios

Crise nacional alavanca mercado imobiliário em Miami (EUA)

A crise do Brasil já se alastrou por todos os setores. Para se ter uma ideia, em 2016, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC) foram fechados 108,7 mil pontos de vendas no Brasil. A população teve que viver com a maior crise política desde o início dos anos 1990, enquanto deparava com uma das mais altas taxas de juros reais do mundo.

Diante de tantas instabilidades financeiras, não restaram dúvidas para aqueles que queriam abandonar o país e aproveitarem esse momento para dar o grande passo. De acordo com dados da Receita Federal, de 2014 a 2016 foram registradas 55,4 mil Declarações de Saída definitiva do país, sendo que o período que antecedeu a crise (2011 e 2013), 30,5 mil pessoas foram tentar a vida lá fora.

Um dos países escolhidos pelos brasileiros são os Estados Unidos. Para se ter uma ideia, entre abril de 2015 e março de 2016 foram vendidas 214,8 mil propriedades residenciais, representando um volume total de US$ 102,6 bilhões. Dentro destes números, os brasileiros representam uma fatia de 3% com 6,4 mil imóveis vendidos para residentes e não residentes.

“Os brasileiros procuram imóveis por segurança, já que o dólar continua sendo uma moeda forte, além disso, os proprietários podem ter uma renda extra de locação quando o imóvel estiver vazio”, explica Craig Studnicky, sócio fundador da ISG – representante de empresários e instituições financeiras de destaque nos Estados Unidos para comercialização, venda e soluções administrativas no setor imobiliário.

Segundo dados apresentados pelo investir USA Expo – evento de investimentos imobiliários nos EUA – as cidades preferidas pelos brasileiros são Orlando, Miami e Fort Lauderdale. Entre 2011 e 2016, 45 novos prédios foram construídos na cidade de Miami e 94% das 5.802 novas unidades colocadas no mercado foram vendidas. No entanto, de acordo com levantamento da ISG, publicado no segundo semestre de 2016, há 62 prédios (11.158 unidades) ainda sendo construídos, com 80% das unidades vendidas até a publicação do relatório, além de 26 prédios ainda na planta (2.574 unidades), das quais 20% das unidades já foram vendidas. O total chegará a 130 prédios (19.534 unidades).