A primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade de São Caetano, Denise Auricchio, em entrevista exclusiva, conta que a entidade, que realiza 28 cursos, distribuídos em 49 turmas, formando semestralmente, cerca de 700 alunos, se expandiu, levando aulas, também, para entidades assistenciais. “Hoje, temos três cursos diferentes nos CISES, totalizando 15 turmas”, diz. Denise ainda relembra os desafios enfrentados na pandemia e fala sobre as conquistas para São Caetano. Também revela que, no futuro, irá seguir auxiliando o filho, o deputado estadual Thiago Auricchio, a levar recursos para as entidades do terceiro setor.
Folha do ABC – O Fundo Social de Solidariedade de São Caetano completou, em dezembro último, 30 anos, sendo mais da metade, cerca de 16 anos, tendo a senhora como presidente. Durante todo esse tempo, como era a entidade quando assumiu pela primeira vez o comando e como ela está hoje?
Denise Auricchio – O Fundo Social de Solidariedade não tinha uma sede própria, era apenas uma sala, e seu caráter era mais festivo. Quando eu entrei, queria dar uma característica mais profissional, e seguindo o exemplo da senhora Lú Alckmin, começamos a implantar os cursos de capacitação profissional, gratuitos, iniciamos com a padaria artesanal, e hoje temos 28 cursos diferentes, distribuídos em 49 turmas, formando semestralmente cerca de 700 alunos. Expandimos para fora do fundo social, levando aulas também para entidades assistenciais, e hoje temos três cursos diferentes nos CISES- Centro da Terceira Idade, totalizando 15 turmas. Todos os alunos saem com certificação, o que auxilia muito aqueles que iniciam uma nova profissão. Tivemos alunos que saíram daqui com o certificado do curso de barista e seguiram para uma nova experiencia profissional no exterior, são muitas historias ao longo desses 16 anos, algumas nos marcam mais. Criamos o Banco de Alimentos, em 2019, um equipamento que recolhe doações que perderam seu valor comercial, mas ainda tem valor nutricional junto aos supermercados e atacadistas e após uma triagem, faz a doação para as entidades assistenciais, hoje mais de 60, com doações semanais. E, em 2023, demos início ao EcoTroca, um programa que faz a troca de recicláveis e óleo usado por alimentos não perecíveis. Uma iniciativa inovadora, que chegou para ficar. Creio que a evolução do Fundo Social foi imensa.
Folha – O maior desafio do Fundo foi o período da pandemia? Como foi a retomada do município na área social? São Caetano já superou os índices da pré-pandemia?
Denise – Sim, a pandemia veio numa época em que os cursos estavam a todo vapor, e achávamos que iríamos interromper apenas por um curto período, e isso se estendeu por um período inimaginável. Os professores ficaram sem os seus ganhos e os alunos sem as aulas, e por outro lado, as famílias começaram a perder os empregos e cada dia mais, precisavam de nossa ajuda com alimentos, e todo tipo de doação que pudéssemos ofertar. Não fechamos as portas por nenhum dia, pelo contrário, organizamos “drives thru” tanto para recolher doações como para entregá-las as famílias mais necessitadas, os taxistas, perueiros escolares foram categorias que pararam 100% suas atividades e puderam contar com a ajuda do fundo social.
Utilizamos os tecidos que tínhamos aqui e a mão de obra de professores para confeccionar mascaras (cada um em sua casa) e posteriormente distribuir essas mascaras para as famílias.
Folha – Em relação às doações, quais os valores totais deste ano, até o momento e do quarto mandato? Comparando-as com as dos outros mandatos do prefeito Auricchio, qual o aumento?
Denise – Muitas doações não temos como precificar. Porém, este ano, em virtude da tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, podemos dizer que a campanha de arrecadação para lá bateu todos os recordes de doações de todos os anos do fundo social. Tanto em quantidade quanto em qualidade, o que nos fez pelo menos tentar minimizar a dor dessas famílias. Estimamos ter encaminhado ao Sul mais de 110 toneladas de donativos, entre alimentos, roupas, cobertores, enxovais, água e ração para os pets.
Folha – Na área social e como primeira-dama, como avalia a sua trajetória durante todos esses anos e como irá continuar contribuindo com a cidade?
Denise – Só posso avaliar como muito exitosa a minha passagem pelo Fundo Social, diante de todos esses feitos ora citados, que claro, foram realizados junto com uma equipe muito coesa, que soube seguir as diretrizes que eu estabeleci, pois sempre soube que o fundo social teria muito potencial a ser explorado. Hoje, tenho um orgulho imenso de tudo o que foi construído e principalmente, orgulho por ter mudado a vida de tantas pessoas. E, para o futuro, pretendo seguir auxiliando meu filho, a levar recursos para as entidades do terceiro setor.
Folha – Qual presente o Fundo Social gostaria de dar a São Caetano, neste aniversário de 147 anos?
Denise – Penso que o maior presente que podemos deixar é a nossa sede e seus programas, totalmente equipados, para que a cidade siga ofertando tanto os cursos, como assistência social para aqueles que mais necessitam.
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