Paranapiacaba está situada em meio a vegetação típica da Mata Atlântica, um dos principais biomas do país. A floresta se estende pelas encostas da Serra do Mar, próximo ao litoral, de onde é possível ver o oceano. O local surpreende pelas trilhas históricas, pelas águas cristalinas das nascentes e pela fauna e flora, algumas ameaçadas de extinção.
Todo esse magnetismo atrai constantemente turistas de várias partes do Brasil e de países do exterior.
Uma das rotas ecoturísticas é o Caminho do Sal, assim chamado porque os tropeiros utilizavam para carregar o sal até o povoado que vivia na região. O produto era tão valioso na antiguidade, a ponto de provocar o monopólio pelo controle da produção. O trecho era usado também para o transporte clandestino de pedras preciosas, ocasionando até o bloqueio por ordem do rei.
São aproximadamente 50 Km de extensão passando pelos municípios de São Bernardo, Santo André e Mogi das Cruzes. O percurso é dividido em três trechos: Caminho de Zanzalá (16km), de São Bernardo a Santo André; Caminho dos Carvoeiros (10km), em Santo André; e Caminho de Bento Ponteiro (27,5 Km), de Santo André a Mogi.
Entre estradas de terra e cascalho, é indicado para a prática de montain bike, cicloturismo, caminhadas de longa distância, corridas rústicas ou de monta-nha e cavalgada. O grau de dificuldade varia conforme o trecho, mas serve tanto para esportistas como para iniciantes. É claro, devidamente acompanhados de monitores que conhecem bem o terreno e munidos de equipamentos de segurança. Fica a dica!
Todo trajeto possui sinalização. Em 2024 o Caminho do Sal completou uma década da criação da rota ecoturística. Há 10 anos, para o lançamento do projeto, foi realizado um encontro de grupos ambientais em Paranapiacaba.
Outra rota importantíssima é o Cami-nho da Mata Atlântica. Reconhecida entre as cinco maiores do mundo, essa trilha de longo curso se estende pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. São mais de quatro mil quilômetros cruzando a Serra do Mar pela costa brasileira.
O longo corredor cruza mais de 130 parques e reservas federais, estaduais, municipais e privadas; e cerca de 30 municípios, incluindo terras indígenas e cidades históricas. Mais de 900 Km já estão sinalizados. O mapa interativo destaca que os maiores percursos estão no Vale do Paraíba com 535 Km, entre Juquitiba e Cananéia; Grande Florianópolis com 499 Km entre Brusque e Parque Estadual da Serra do Tabuleiro; e a Costa Verde com 446 Km, de Ilha Grande a Paraty.
O Instituto Caminhos da Mata Atlântica e voluntários lutam pela conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável através do montanhismo e ecoturismo.
De acordo com o coordenador geral, Francisco da Motta Schnoor, conhecido por Chico Schnoor, é essencial o engajamento da sociedade nos esforços para conservar o bioma e fortalecer a cadeia produtiva. Grande parte da Mata Atlântica está fragmentada e possui espécies ameaçadas de extinção. Por isso, a defesa do turismo responsável é ponto crucial do projeto.
Há pouco mais de uma semana o Consórcio Intermunicipal Grande ABC promoveu o Encontro Regional Caminho da Mata Atlântica e Caminho do Sal para debater propostas voltadas para o cicloturismo e turismo peregrino regional. A Vila de Paranapiacaba também levou o tema para uma oficina, com foco no entendimento sobre a sinalização nas trilhas, que servem para orientar e garantir a segurança das pessoas. Os dois eventos foram organizados em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, ocorrido no último dia 5, e que ganha destaque cada vez maior com as mudanças climáticas em todo o planeta.
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