A COP29, do Azerbaijão, começou a ser preparada vários anos antes de 2024. Tanto que o empreendimento Sea Breeze, que hospedou parcela considerável dos sessenta mil visitantes a Baku, estava pronto em novembro último. E eram conjuntos gigantescos de apartamentos que em seguida seriam vendidos ou alugados.
A COP30, de Belém, será daqui a dez meses. O anúncio do presidente deveria ter sido feito durante as reuniões de Baku. Não se fez. Parece que não se decidiu por causa da guerra disfarçada em torno a quem fará jus a essa indicação: o Vice-Presidente Geraldo Alckmin, a Ministra Marina Silva, do Meio Ambiente ou André Correa do Lago, Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty.
O certo é que há muita esperança em torno à COP30, porque as três últimas foram realizadas em países exportadores de petróleo e o tema da descarbonização restou obscurecido. Em Belém existe natural interesse pelos aficionados por ecologia, para conhecer de perto a última grande floresta tropical rumo à extinção, que é a Amazônia. Isso atrairia mais participantes para a COP?
O interessante é fazer com que os estrangeiros também conheçam São Paulo, que tem o que mostrar, e que talvez possa acolher comodamente os turistas, pois tem rede hoteleira suficiente, por enquanto água à vontade, fluência idiomática, inúmeras atrações.
Enquanto isso, Belém ainda não sabe exatamente onde receber cerca de sessenta mil pessoas, em cidade que ainda tem muitas moradias precárias, falta de esgotamento doméstico, deficiente infraestrutura e outras carências que nós conhecemos, mas que os estrangeiros vão estranhar.
É importante que o clima de COP30 contamine todas as cidades brasileiras e que os turistas aproveitem para conhecer esta imensidão chamada Brasil e não se fiem exclusivamente em Belém. Ali, por enquanto, o ritmo ainda não é o necessário. É o ritmo Brasil, do “devagar, quase parando. As escolas têm de pedir a seus alunos que façam trabalhos e que as demandas da sociedade civil, que está acordando para as emergências climáticas, cheguem ao foro apropriado, que é o conjunto de mesas de discussão da Conferência que pela segunda vez ocorre no Brasil.
Adicione um comentário