Finalmente voltamos a comemorar a festa de San Bartolomeu. Dia 24 de agosto é o dia dele, mas aqui em São Bernardo a colônia italiana se reúne para cultuar o Santo Padroeiro no último domingo do mês. Este ano será no dia 28. Essa tradição começou em 1958 quando, na pequena capela do Riacho Grande foi rezada a primeira missa.
Nos anos 50, quando foi formado o Parque Municipal da cidade, os moradores lá se reuniam nos quiosques para fazerem piqueniques e brincadeiras como corridas nos sacos, ovos nas colheres, etc. Os italianos, depois de muito vinho feito em casa, relembravam as canções da terra natal. Um desses encontros era na segunda feira após a Páscoa quando era comemorada a Pascoela, ou Pasqueta, que antigamente era feriado aqui na cidade devido o grande número de imigrantes italianos.
O parque era o ponto de encontro dos amigos. Um grupo deles liderados pelo Padre Fiorente Helena, Primo, Saulle e Ernesto Bechelli, Sétimo Guazelli e Eduardo Sanntucci, resolveram construir uma igrejinha no alto do morro, mas fora da área do Parque. Pediram a permissão ao prefeito do município e puseram “mãos na obra”. Sétimo demoliu uma casinha na Vila Duzzi e levou para lá tijolos e outros materiais que poderiam ser aproveitados. Os outros amigos também foram fazendo doações. O caminhão não tinha como chegar até lá, assim tudo foi carregado morro acima pelas mãos.
O Padre Fiorente foi à Itália e trouxe uma urna de castanheira com a terra tirada dos túmulos de alguns dos antepassados dos italianos que emigraram acrescentando mais terra dos que aqui estavam enterrados. Essa urna fica até hoje guardada na capela que foi tombada pelo município.
A festança começa às 10 horas quando é rezada a missa falada em italiano. Descendentes levam o carvão e a lenha, simbolizando o objeto do trabalho do passado deles. A cesta com a uva e o pão, o sangue e o corpo de Cristo. A vela, a luz e a fé da família. A urna… seus antepassados.
Na missa inaugural, o seresteiro Nello Rosa foi um dos coroinhas que ajudou na missa que hoje é acompanhada pelo coral Bicchieri D’Oro.
Hoje não existem mais os quiosques que foram derrubados há alguns anos e nada foi reconstruído. Ficou na promessa. Assim a prefeitura e famílias, montam tendas e os amigos se distribuem entre elas. Ao meio dia começa a comilança dos quitutes levados pelos amigos e o vinho que é feito pelos descendentes mais jovens que são vinicultores e levam o delicioso líquido servido à vontade aos presentes. Tem sempre também um cambuci na pinga. Como toda festa italiana, o dia segue com as canções italianas sendo entoadas e o ritmo da dança coloca todos numa alegria esfuziante.
Essa reunião dos primeiros moradores da cidade, é a reunião não só dos italianos, mas de todos batateiros que fizeram desta cidade, seu lar.
Leve seu vinho, água, refrigerante, seus comes e se tiver, seu violão ou acordeão e faça parte desse evento único da cidade.
Parabéns aos organizadores.
Um abraço, Didi