O inesquecível escritor Monteiro Lobato sempre apregoava – “Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê”. No Egito, as bibliotecas eram chamadas “Tesouros da Alma”. De fato “é nas bibliotecas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras” – como dizia Jacques Bossuet. A data de nove de abril ficou conhecida como o “Dia da Biblioteca” em função do Decreto nº 84.631, de 12 de abril de 1.980, da Presidência da República, assinado há exatamente quarenta e dois anos. Dito decreto instituiu a “Semana Nacional do Livro e da Biblioteca”, com inicio em 23 de outubro e término a 29 do mesmo mês, além do “Dia Nacional do Livro”, que passou a ser comemorado todo dia vinte e nove de outubro, e o “Dia do Bibliotecário” celebrado em todo o território nacional no dia doze de março, data de nascimento do bibliotecário, escritor e poeta Manuel Bastos Tigre. Além do dia nove de abril e de sua importância para a cultura, o livro, a leitura e as bibliotecas brasileiras, o dia dez também marcou de maneira representativa a disseminação das bibliotecas no país, pois no ano de 1915, portanto há cento e sete anos, ocorreu a aula inaugural do primeiro curso de Biblioteconomia no Brasil. Relembrando a história da primeira biblioteca no nosso país, se inicia antes de sua fundação, pois em 1º de novembro de 1.755, a cidade de Lisboa sofreu um violento terremoto que marcou a sua história, e que deu origem a um grande incêndio, o qual entre outros edifícios, o da Real Biblioteca, também conhecida como Real Livraria, considerada uma das mais importantes bibliotecas da Europa naquela época. A esta perda quase irreparável para os lusitanos, seguiu-se um movimento para sua recomposição prevista entre as tarefas emergenciais para reconstruir Lisboa após o referido incêndio. A fim de levar a cabo essa missão, o rei Dom José I de Portugal e o ministro Marquês de Pombal empenharam-se em juntar o pouco que sobrara da Real Livraria e a organizar uma nova biblioteca no Palácio da Ajuda, que se tornou importante pela composição do seu acervo que, em 1.807, reunia cerca de sessenta mil peças, entre livros, manuscritos, incunábulos, gravuras, mapas, moedas e medalhas. Este acervo foi aquele trazido ao Brasil com a vinda da família real em 1.808, em consequência da invasão de Portugal pelas tropas francesas comandadas por Junot, general de Napoleão Bonaparte. O acervo foi instalado em vários locais, os quais após serem considerados inadequados e poderiam colocar em risco tão valiosa e grandiosa obra, o ensejava local adequado. Desse modo, em 29 de outubro de 1810, data que ficou atribuída a fundação oficial da Biblioteca Nacional, o Príncipe Regente editou um decreto que determinava que no lugar que havia servido de catacumbas aos religiosos do Carmo, se erigisse e acomodasse a chamada por ele, “a minha Real Biblioteca” e instrumentos de física e matemática, fazendo-se às custas da Real Fazenda toda a despesa conducente ao arranjamento e manutenção do referido estabelecimento. O crescimento constante e permanente do acervo da biblioteca foi fundamental para a realização de um projeto de construção de uma sede que atendesse a todas as suas necessidades, acomodando de forma adequada suas coleções. Assim, foi projetado seu atual prédio localizado na Avenida Rio Branco, nº 219, na praça da Cinelândia, na cidade do Rio de Janeiro, compondo com o Museu Nacional de Belas Artes, o Teatro Municipal e o Centro Cultural da Justiça Federal, um conjunto arquitetônico e cultural de grande valor. A Biblioteca Nacional, também chamada de Biblioteca Nacional do Brasil, cujo nome oficial e institucional é Fundação Biblioteca Nacional, é a depositária do patrimônio bibliográfico e documental do Brasil. É considerada pela UNESCO uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo e a maior da América Latina, o orgulho para os aficionados brasileiros e usuários daqueles que a frequentam. A entidade civil que milita para contribuir no aprimoramento patrimonial, técnico e cultural da Biblioteca Nacional do Brasil é a Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional. Em São Bernardo temos a Biblioteca Monteiro Lobato que completa sessenta e quatro anos no próximo dia quatorze de abril, pois fundada na data em 1958, pela professora, artista e escritora, Odette Tavares Bellinghausen, por meio da Associação Feminina Beneficente Bartira da qual era presidente, e outras abnegadas senhoras que passaram a promover campanhas para arrecadação de livros visando a formação da biblioteca. Atualmente as bibliotecas públicas municipais possuem acervo aproximado de 200 mil volumes de livros, jornais, revistas, fitas, cd’s, dvd’s, e outras peças, ensejando assim motivação para a leitura.
Dia Nacional da Biblioteca – 9 de Abril
07/04/2022