Tocar um instrumento, escrever versos que se transformam em uma canção, cantarolar ou até mesmo soltar a voz são algumas das atividades promovidas pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Norte, em Diadema, para usuários do serviço. O principal objetivo do projeto “Musicalidade Terapêutica: Diversidade e Cuidado em Saúde Mental é estimular a socialização por meio da música.
A iniciativa reúne oficinas e grupos como Bate Lata, Karaoekê, Rádio, Coral e Baladinha Flash Back, além da preparação para eventos como o CarnaCAPS, e já demonstrou resultados positivos como maior interação entre usuários e profissionais e adequação comportamental com reflexo nas atividades de vida diária. “O objetivo não é formar músicos, mas sim potencializar as atividades para a vida”, ressalta a terapeuta ocupacional, Mariana Affonso Gonçalves, uma das autoras do estudo.
(Foto: PMD)
“A ideia do projeto surgiu após observarmos resultados positivos após a realização de uma comemoração dos aniversariantes do mês. Assim, fizemos um planejamento de datas fixas e o calendário mensal foi divulgado em reuniões, no painel de informações e diretamente por convites às unidades de saúde próximas e outros CAPS do município”, conta Mariana.
Os grupos contam com a participação de usuários do serviço, profissionais e familiares. As atividades são usadas como um recurso de reconhecimento corporal, práticas expressivas, estimulação vocal, visual, memória, equilíbrio, atenção, interação com pares, inclusão aos diferentes estilos, idades, reforçando a importância da diversidade.
Um exemplo recente foi o processo de participação dos usuários do serviço no CarnaCAPS 2025, desde a escolha do tema da festa de carnaval ao símbolo interno de cada serviço. “Cada usuário levantou as demandas e fez a votação. Isso é dar voz para eles, porque muitas vezes eles são silenciados ou excluídos da sociedade. Apesar de todas as demandas de saúde mental, a gente consegue buscar a chama da vida e a música também é reabilitação psicossocial”, explica a terapeuta ocupacional.
Essas atividades servem como treinamento ou ensaio para as situações do dia a dia. A música faz parte da construção do indivíduo desde os primórdios e esse recurso no cuidado à saúde mental permite um ambiente acolhedor, em que usuários do CAPS possam construir novas histórias de vida, expandir a interação relacional com novos vínculos, resgatar a subjetividade, conhecer pessoas e novas estratégias de enfrentamento às adversidades da vida de forma a refletir possibilidades e alternativas de ações para o protagonismo de sua história.
A equipe organizadora é composta por enfermeiro, psicóloga, educadora física, terapeuta ocupacional e administrativos e utiliza equipamentos de áudio e recursos visuais, como televisão e computador para projetar músicas do karaokê, jogo de luzes coloridas e impressão de letras de músicas, além dos instrumentos confeccionados com materiais reciclados.
RAPS – Diadema possui uma Rede de Atenção Psicossocial composta por três CAPS III que atendem por região, um CAPS III Infanto-juvenil, um CAPS Álcool e outras drogas, um pronto socorro de psiquiatria no Hospital Municipal com funcionamento 24 horas, além de uma enfermaria psiquiátrica com 10 leitos no HM. Os CAPS atuam em articulação com toda a rede de saúde, incluindo Unidades Básicas de Saúde, UPAs, Pronto Socorro e Hospital. Após avaliação inicial, o projeto terapêutico singular (PTS) é definido, em conjunto com o paciente e família, quando necessário. O cuidado em saúde mental pode ser referenciado tanto no CAPS quanto na UBS de referência, de acordo com cada caso.
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Norte
Endereço: Rua Capibaribe, 193 – Campanário.
Telefone: 11 4071-9899
Funcionamento 24h. Horário de Acolhimento de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h.
Demais endereços dos CAPS podem ser acessados em https://portal.diadema.sp.gov.br/caps/.
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