Luiz José M. Salata Opinião

Divanir Bellinghausen Coppini (Didi) *21/12/1939 / 05/10/2023.

   A triste notícia do falecimento da queri-da amiga Didi, deixou surpreendidos e pesarosos os membros da família e uma legião de amigos que muito a admiravam pelos seus predicados pessoais, amorosidade, delicadeza, desenvoltura e sabedoria. Com uma gloriosa e exitosa história de vida dedicada à família, às artes, benemerência e intensas atividades sociais e boas relações com os próximos, pois sempre cultivou a solidariedade e estreita amizade para aqueles que com ela conviveram por tempos.
   Nascida em São Paulo – Capital, na Maternidade Pró-Matre, e sempre dizia que, por acidente de percurso porque gostaria de ter nascido em São Bernardo, visto que todas as irmãs e irmão aqui nasceram, pois, brincalhona como era mantinha sempre bom humor e alegria. Filha de Odete Celeste Tavares Bellinghausen, musicista, pintora, autora de músicas e professora musical, intelectual e muito prendada, e seu pai Alberto Eduardo Bellinghausen, empresário no setor moveleiro, e que se casaram em 1897.
   Recebeu forte influência da educação da mãe, pois sempre seguiu os seus passos e orientações, pois desde cedo se interessava por informações, discussões sobre diversos assuntos inclusive na parte da imprensa. A mãe foi muito prendada, na música, na vida social, colaborou nas atividades de assistência social e culturais, sempre com trabalhos voluntários, os quais a jovem filha sempre a acompanhava e junto ativamente participavam dos eventos. Estudou no Ginásio João Ramalho e Colégio São José, tendo se formado em Música, tendo inclusive sido professora de harmônica. Participou na fundação da ASBA – Associação de Belas Artes, que trata da difusão de artes, Associação Beneficente Bartira nas atividades de ensino de crochê e derivados de trabalhos manuais às jovens, Voluntária no Posto de Saúde e tendo dado especial atenção aos pacientes de câncer, tendo escrito diversos artigos sobre tão terrível moléstia. Participou com atividades no grupo de estudos da Pirâmide e suas influências sobre moléstias e atenção com os pacientes, para gerir explicações sobre o funcionamento. Trabalhou na LBA – Legião Brasileira de Assistência, onde colaborava no trato com os bebês e assistindo também as mães. Escreveu quatro livros de culinária, sobre paetês, salgadinhos e petiscos, uma de suas grandes paixões pois cultivava com os familiares e amigos. Proferiu aulas no Cacique Tibiriçá, no Curso de Contabilidade tendo sido escolhida Paraninfa na Primeira Turma de formandos. Participativa com a mãe das diversas campanhas de proteção ao meio ambiente, protestando contra os diversos casos de desmatamento na cidade, como na Área Verde da antiga Fábrica Matarazzo, na Chácara Silvestre e outras proteções ambientes no centro e periferias, com a lavratura de artigos de tais assuntos, tais como de pensamentos. Tanto no Jornal
   O Imparcial de Santo André, fundado por seu avô materno João Domingues Tavares, no qual sua mãe escrevia a coluna Arte e Outras, quando também produzia alguns escritos. No semanário Folha do ABC foi assídua articulista abordando artigos de diversas assuntos e natureza, desde política, culinária, variedades e até dos costumes.
   Participava do Grupo da Memória da Cidade, sempre envolvida com as antigas informações e relíquias que muito as apreciava. Um dos prazeres era o de participar dos encontros festivos na Associação dos Funcionários Públicos da Prefeitura de São Bernardo, pizzarias, bares e restaurantes e os encontros nas entidades italianas, com grande entusiasmo, pois se considerava a mais inflamada batateira da cidade pelos envolvimentos que tinha com todos, em que pese não ter descendência italiana, mas de coração. Enfim, trata-se de uma dama de exemplar qualificação e impar biografia da cidade. Dos seus pais tiveram as irmãs Amarylis Bellinghausem Dias, casado com Antônio de Pádua Dias, Suzana Bellinghausen Castro casada com Marco Antônio Neves de Castro, Rosa Maria Bellinghausen Almeida casada com Nivaldo de Almeida e o irmão Ronald Tavares Bellinghausen in memoriam. Namorou com Theodomiro Coppini, o Théo, por quem era apaixonada desde os 14 anos de idade, conforme suas cartas de memórias, cujo casamento ocorreu no ano de 1960, e tiveram os filhos: Roberto Bellinghausen Coppini, Ricardo Bellinghausen Coppini e Renato Bellinghausen Coppini e os netos: Henrique Alves Coppini, Guilherme Bonotti Coppini, Daniel Soetl Coppini, Juliana Bonotti Coppini e Heloiza Signori Coppini, e a bisneta Cecília Leona Coppini.
   Infelizmente, no curso da vida padeceu de grave moléstia do câncer, que lhe causou terríveis transtornos, mas que, por isso nunca esmoreceu pois ao contrário tal situação serviu-lhe de força e estimulo no sentido de acompanhar as pessoas que igualmente padeciam, apresentando e oferecendo ajuda das experiências tidas e experimentadas no decorrer dos tratamentos, cuja conclusão restou-lhe até os últimos dias de vida sempre consciente e preocupada com os familiares, mas acima de tudo consciente de que a sua hora havia chegado, como ela dizia. Ficou marcada a máxima por ela criada, “Oro e agradeço muito aos meus anjos de luz.”