Opinião

Dores de amores (I)

05/05/2012

Nunca está tudo bem para a maioria das pessoas na Terra. Nem para você ou para mim. Acho que temos de ser bem idiotas para pensar que está tudo em ordem em nossas vidas. Se está aqui, não está ali, lá, acolá e estamos todos no mesmíssimo barco. Lá – estão as crianças pequeninas dos países em conflitos com guerrilhas, como os da África, os dos países árabes, por exemplo; cá – nossos compatriotas pequeninos e inocentes dos estados pobres do Brasil: estas são minhas “dores de amores” (as dos inocentes). Todos temos motivos de sobra para constatar que a conquista da felicidade dos humanos não acompanha o progresso que teve, por exemplo, a tecnologia. E que estes setores de progresso não trazem felicidade genuína aos humanos, embora tragam facilidades e distração. Felicidade difere de facilidade.
Assim, L.Mariá: saiba que muitas mães e pais sofrem da mesma infelicidade profunda que você – a falta do carinho e até do respeito dos filhos, ou de um deles, que cresceu e se esqueceu de você, que não a visita, não a acaricia, e a falta desses abraços machucam o seu coração amoroso. L. M. , você pode ter 100 “filhos” (seus e postiços), que, o carinho de nenhum deles substitui o carinho de “sua ovelha desgarrada”, seu filho fujão, retraído, ausente. Pelo que você me disse, e eu a entendo pois sou mãe, seu sonho é se harmonizar com ele, sentir seus abraços, ouvir suas queixas, fazer café para degustar com ele e ficar um pouquinho de tempo por semana, por mês, com ele. Daí você fica nostálgica, perguntando-se “o que ele tem contra mim? Por que ele não fala qual sua mágoa? Por que não se abre comigo sobre seus problemas? Por que ele trata bem a tantos e é tão frio comigo?”
Olhe, L.Mariá: eu estudei um tanto de Psicologia, do Espiritismo de Alan Kardec e  “da Vida”, pois gosto muito de estudar e fazer laboratório com os humanos e seus comportamentos. Digo-lhe pois que “Não há um filho igual ao outro, mesmo que sejam em número de 20”. E sei que você tem 4 filhos. Não os compare, pois. Há mais coisas no longínquo passado de vocês do que a “vã” Filosofia e a Psicologia explicam. Este é um ponto que me faz crer em outras vidas passadas e futuras e na Reencarnação, pois sem isto, não há como explicar a frieza de seu filho com você, L.M., já que você tem a consciência limpa por ter tratado este filho querido, como tratou os outros. Se você já perguntou a ele o porquê de tudo isto e só fez irritá-lo mais, então tente fazer distância entre vocês. Aquiete-se e ore a Deus por ele. Isto será como uma paz, uma trégua entre você e ele, mesmo que seu coração chore. Neste seu silêncio (força e resistência) e com as preces, ele compreenderá sua grandeza? Obrigada por compartilhar conosco seu lamento. Hoje há muitas mães com problemas, e até muito piores. Que Deus a abençoe e ajude!
Meu abraço carinhoso e “Até!”.

Glorita Caldas é professora e consultora da LAC Consultoria, e-mail: glocaldas@uol.com.br