Luiz José M. Salata Opinião

Dr. Enzo Ferrari – 90 Anos

No  dia quatorze de outubro último, o Dr. Enzo Ferrari emérito e renomado  médico de São Bernardo completou noventa anos de vida. Sempre com vitalidade, bom humor e acima de tudo com delicadeza e simplicidade no trato e convivência  com a sua família e a infinidade de amigos e pacientes. A data do seu aniversário passou, mas fica para os seus amigos e  admiradores o destaque  do exemplo de tão brilhante carreira na área médica. Com galhardia e dedicação nos cargos ocupados e o grande sucesso na profissão que foi  percorrida com extrema dedicação, seguiu à risca o juramento de Hipócrates. É considerado o jequitibá de São Bernardo, fato que confirma toda a sua disposição para a vida. É uma das grandes revelações dos membros da imigração italiana daqueles que muito contribuíram para o progresso e desenvolvimento da cidade e do país. Filho de Victória e Andréa Ferrari,  nasceu aos quatorze de outubro de 1927,  na comune de Mirandola, Provincia de Modena, regione Emilia Romagna, na Itália, vindo para o Brasil com tenros três meses de idade. A família se instalou na  Vila Eliziário, por um ano, e após vieram para São Bernardo, onde o pai montou um armazém de secos e molhados na Rua Marechal Deodoro. O tempo foi passando e diante da insistência da mãe para que estudasse medicina, entusiasmou-se, ingressando na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Formado na Turma de 1953, especializou-se em pediatria e puericultura, seguindo bravamente para o interior de Minas Gerais, para cumprir carreira de médico na cidade de Campina Verde.  Não tardou muito, pois lá ficou um ano, deixou a cidade e veio para São Bernardo, passando a clinicar e com arrojadas idéias na área médica,  foi um dos fundadores do Hospital São Bernardo com seu amigo Fausto Figueira de Melo. Em 1955, casou com Orieta, formando um belo casal, cuja esposa muito o ajudou e entusiasmou na profissão.  Inicialmente, o hospital funcionava na Rua Terezinha Setti, posteriormente, em 1958,  foi transferido para a Avenida Lucas Nogueira Garces, no Jardim do Mar. Nesse mesmo ano, com outros amigos que formavam uma classe médica atuante e imbuídos dos esforços para  uma constituição representativa, em 25 de novembro de 1958, fundaram a Sociedade Médica de São Bernardo do Campo, que deu origem à Regional da Associação Paulista de Medicina. O objetivo principal foi o de manterem-se atualizados e reciclados, com a realização de cursos e conferências. Foi eleito Presidente da primeira diretoria. Ocupou a Presidência da Fundação do ABC, mantenedora da Faculdade de Medicina do ABC, sendo o segundo Presidente da entidade. Onde lecionou de  novembro de 1969 a novembro de 1971. Quando o saudoso Prefeito Geraldo Faria Rodrigues assumiu a Prefeitura de São Bernardo, em 1973, aceitou o desafio para assumir a Secretaria de Saúde, idealizando dentre outras obras a Maternidade junto ao Pronto Socorro Municipal. Recebeu várias honrarias da Câmara Municipal, em 1999, o Titulo de Cidadão Benemérito; no ano de 2001, recebeu a Medalha do Imigrante Italiano e seus Descendentes, da  Comissão presidida pelo vereador Hiroyki Minami, que concede aos italianos e descendentes que se destacam na  atuação para o progresso da cidade; e no ano de 2006, o Titulo de Cidadão São-Bernardense. Dentre muitas outras da área médica, da Associação Paulista de Medicina de São Bernardo; do Hospital São Bernardo pelos 58 anos de fundação, pela dedicação e trabalho; em 2001 e 2006, do Rotary Clube de São Bernardo; nome do Centro de Estudos  na sede da Associação Paulista de Medicina de São Bernardo e homenagem da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo, pela dedicação à saúde da mulher. Em 2010, lançou o livro “Minha História”, contando passagens de sua vida, desde os primeiros tempos, em homenagem à memória de Orieta, a falecida esposa. De todo o tempo na cidade, ficou conhecido para os italianos como sendo o médico que permitia o paciente  tomar vinho, um copo no almoço e outro no jantar, e mais um fazendo de conta que o médico não sabe, foi um sucesso e um grande aumento de visitas dos oriundi para sacramentar a permissão. É articulista da Folha do ABC, escrevendo artigos semanalmente sobre interessantes temas. Continua a exercer a medici-na,  mantendo atendimento na clinica particular da rua Bering, com especial atenção aos menos favorecidos. Foi casado com Orieta Mauri Ferrari, com quem conviveu 55 anos, e com ela teve as filhas: Silvana Maria Ferrari Souza Brasil, casada com Pares Pompeu, Raquel Maria Ferrari Aversa, casada com César Aversa e  Heloísa Maria Ferrari Arsuffi, casada com Agnaldo Arsuffi, e os netos: Thomaz, Júlia, André e Arthur. Os italianos,  descendentes e uma infinidade de amigos batateiros se sentem honrados em tê-lo como exemplo de um exponencial componente da colônia italiana da cidade que o acolheu e que muito realizou em prol dela.