O assunto hoje e daqui por diante é a emergência climática. Todos enfrentaremos a resposta da natureza aos nossos desmandos. Fenômenos extremos continuarão a acontecer, com frequência maior e maior intensidade. Embora a climatologia tenha avançado bastante, as previsões dos meteorologistas são sempre surpreendidas pelo inesperado. Por isso, o único instrumento eficaz de adaptação da sociedade para o enfrentamento é reforçar a educação ambiental.
Uma educação ambiental não é, necessariamente, uma disciplina a mais no currículo de todos os níveis de aprendizado. Precisa ser um movimento formal e informal, contínuo e incessante, de preparo das pessoas para que consigam sobreviver e salvar outras vidas, diante dos desastres climáticos.
O cenário da Terra é outro. Assustador. É urgente localizar as áreas mais vulneráveis e preparar os mais carentes para a resiliência. Esta vai desde a necessária remoção de ocupações em lugares perigosos, como no treinamento do sistema de alertas, diante da proximidade de um evento que pode causar danos e até matar.
Como o brasileiro é pródigo em normatizar, sem que isso signifique observância plena e estrita à lei, existe um diploma legal que se propôs a estabelecer a Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA, Lei Federal 9.795/1999. Dela constam princípios, diretrizes e objetivos para um projeto consistente de conscientização ecológica.
É um plano abrangente e significativo. As emergências climáticas resultam do aquecimento global e este é provocado pela espécie humana. O abuso na emissão dos gases causadores do efeito estufa levou a Terra a ultrapassar vários limites, os quais, desrespeitados, provocarão catástrofes que já têm acontecido em todos os quadrantes do globo.
Por isso é preciso que principalmente a infância e a juventude seja alertada de que já passou o período de mitigação ou atenuação dos efeitos desastrosos de nossa insânia. Agora é hora de adaptação. Fazer o máximo para não perder mais vidas e para que os prejuízos materiais sejam suportáveis. Aumentar significativamente a cobertura arbórea, ampliar a drenagem, não desperdiçar, são atitudes que dependem do juízo de cada indivíduo. Cada um pode fazer algo em favor desse projeto salvífico. Nada fazer, é se acumpliciar com a desgraça. Ninguém gostaria de se enquadrar nessa categoria. Eduquemo-nos ecologicamente, portanto.
José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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