Opinião

Eis as principais ameaças cibernéticas em 2020, prevê a Kaspersky (final)

• Mais ataques a instituições financeiras. Insatisfeitos com os ataques apenas a clientes de serviços financeiros, os cibercriminosos agora procuram comprometer os próprios bancos ou qualquer instituição que ofereça esse tipo de serviço, como correspondentes ou hubs de transações, como observado recentemente no Brasil, México e Chile.
Esses tipos de ataques continuarão na América Latina, realizados por grupos de cibercriminosos locais e internacionais, como o “Lázarus” e “Silence”, que aumentarão sua presença na região.
• Ressurgimento do ransomware e ataques mais direcionados. No próximo ano, ao invés de exigir dinheiro para decifrar as informações, veremos um aumento nas campanhas de extorsão em que a vítima será forçada a pagar um resgate para que suas informações não sejam expostas publicamente. Isso será particularmente problemático para hospitais, escritórios de advocacia e contadores, bem como qualquer tipo de entidade que lide com informações de terceiros sujeitas à regulação. Além disso, certos grupos de cibercriminosos escolherão alvos de alto perfil, nos quais o impacto do ataque e sua repercussão na imprensa poderão comprometer a operação e a reputação das organizações afetadas.
• Expansão do SIM Swapping como serviço na América Latina. Os criminosos oferecerão a clonagem de uma linha telefônica específica para que outras pessoas possam realizar atividades ilegais, como roubo de identidade ou obter acesso a sites financeiros com o objetivo de roubar o dinheiro da vítima.
• Exportação “humanitária”. Os ataques deste tipo serão direcionados a instituições financeiras e seus clientes, relacionados à migração e deslocamento na região de pessoas por várias razões. Esses cenários trarão novos desafios, mesmo para países onde o cibercrime de alto nível é quase inexistente.
• Expansão de ataques de chantagem. Destinados à empresas e grandes corporações e motivado pela adoção das novas legislações que criminalizam incidentes de vazamento de dados. Essas leis, inspiradas no GDPR européia, estão sendo adotadas em toda a América Latina, com o objetivo de aplicar penalidades severas às empresas que deixam expostos os dados pessoais de clientes e colaboradores. Como resultado, os criminosos, ao invadir uma infraestrutura corporativa (e roubar dados), lançam ataques de chantagem às empresas vítimas, que terão que escolher entre pagar a penalidade imposta por lei ou pagar ao criminoso, causando perdas diretas às empresas da região.
• “O ano de 2019 confirmou a relevância da cibersegurança, especialmente em ambientes corporativos, registrando vários vazamentos significativos de dados após ataques a empresas, vulnerabilidades em aplicativos de mensagens instantâneas e infecções por ransomware para governos municipais e entidades críticas”, afirma Dmitry Bestuzhev, diretor da equipe de pesquisa e análise para a América Latina na Kaspersky. “Para 2020, prevemos um aumento desses tipos de ataques na região, especialmente aqueles com maior potencial de impacto na reputação da empresa afetada, bem como no número de pessoas atingidas. Isso também impulsionará a expansão de crimes que não foram implantados em toda a região, como a SIM Swap e certos tipos de golpes financeiros, realizados não apenas por cibercriminosos locais, mas por agentes internacionais atuantes na América Latina”, destaca o executivo.