A vice-prefeita de São Caetano, Regina Maura Zetone (PSD), foi a anfitriã, nesta segunda (24), do 2º Encontro dos Vices-Prefeitos do ABC, em uma cafeteria do bairro Santo Antônio.
A reunião contou com a participação de seis dos sete vice-prefeitos: Silvana Medeiros (Santo André), Jessica Cormick (São Bernardo), Vilma Marcelino (Rio Grande da Serra), Juiz João (Mauá) e Rubens Fernandes Fernandes (Ribeirão Pires). Apenas Andrea Fontes (Diadema) se ausentou por conta de outro compromisso.
“Nossa ação será mais na sugestão, aprimoramento e melhorias de políticas públicas. Sabemos que há os secretários de cada área, mas muitas vezes recebemos pessoas que trazem sugestões e vamos esmiuçar isso e tentar colocar, inclusive, em uma pauta regional”, explicou Regina.
Entre as pautas regionais, de acordo com a vice-prefeita, estão a instalação de Clínicas Públicas de Cannabis Medicinal, como a recém-inaugurada em Ribeirão Pires e possíveis soluções para o destino do lixo no ABC. “Queremos que a clínica de cannabis seja uma pauta regional. Temos que discutir e estudar como inserir no ABC, ao invés de ser por município. Também os aterros sanitários a céu aberto, que tem um prazo limitado de existência. Quem tem aterro é Mauá e Santo André e todos os municípios se beneficiam disso, mas a questão precisa de resolução regional e não municipal”, afirmou.
Silvana Medeiros, vice do prefeito Gilvan Júnior, mencionou o trabalho desenvolvido com as mulheres. “Em Santo André, estive com mulheres empreendedoras, meu trabalho foi destinado às mulheres. Foi uma pauta que o prefeito Gilvan deu essa incumbência e vamos encerrar, agora, no próximo sábado com a Caminhada das Mulheres, no Paço Municipal”, contou.
Rubão, vice de Guto Volpi, defendeu a participação dos vices em pautas do Consórcio. “Os prefeitos estão colocando os vice para trabalhar para ajudá-los e vamos tentar levar essa pauta para o Consórcio, já falamos com o Aroaldo, para podermos ajudar o ABC junto com os prefeitos. É muito importante essa reunião, cada mês um vice-prefeito vai sediar, em sua cidade, a reunião”, frisou.
A vice do prefeito Marcelo Lima, Jessica Cormick, ressaltou que o cargo de vice não é só de expectativas. “Vice era um cargo de expectativas, mas hoje, não é mais assim. A maioria teve uma visibilidade muito grande durante a campanha. Trabalhamos muito. Estamos sempre ao lado do prefeito dando suporte, ajudando, trazendo sugestão, recebemos muitas ideias, propostas na questão das políticas públicas”, destacou.
Vilma Marcelino, vice de Akira Auriani, enfatizou o trabalho realizado na área de saúde mental, em janeiro e sobre as ações voltadas às mulheres, neste mês de março. “Desde a campanha já viemos em um processo de construção. Trabalhamos, em janeiro, algumas coisas ligadas à saúde mental. Trabalhamos as questões das mulheres. Nesta sexta (28), teremos um Fórum de Políticas Públicas para as Mulheres e vamos lançar o programa Mulher Riograndense”, revelou.
Já o vice de Marcelo Oliveira, Juiz João, mencionou a importância da troca de experiências exitosas de cada município. “O que estamos fazendo é reunir a região para que possamos trocar ideia das experiências exitosas de cada cidade para levá-las para as demais cidades que não as conhecem. Então, o papel do vice hoje é de aconselhamento, é fazer com que a gestão tenha sucesso. Essa é a função do vice e que os sete vices da região do ABC estão tomando”, avaliou.
CINCO VICES MULHERES NAS SETE CIDADES DA REGIÃO
Trata-se da primeira vez, na história do ABC, que é realizado encontros entre os vices-prefeitos da região e, também, a primeira vez que os municípios contam com cinco vice-prefeitas entre as sete cidades. Sobre essa questão os vices falaram à Folha. Confira.
Regina Maura Zetone (vice-prefeita de São Caetano)
“Cresce o protagonismo da mulher na política que é uma luta incessante, constante para a mulher ter maior participação como vice, mas achamos que é importante termos mais mulheres na Câmara de Vereadores, de Deputados, como senadoras, como governadoras, prefeitas. A mulher faz toda a diferença na administração pública como um todo, pelo papel social, pela sensibilidade, vários outros atributos, mas é extremamente importante. Os vices nas campanhas, já tiveram um papel protagonista junto com os prefeitos. A participação foi muito maior do que se viu em todos os outros anos e dessa forma queremos continuar”.
Juiz João (vice-prefeito de Mauá)
“A mulher deve ter um protagonismo na política.Se pegarmos a Alesp, a Câmara e o Senado, não temos nem 17% de mulheres como políticas. Temos 54% da população mulheres. A legislação eleitoral determina que 30% dos candidatos sejam mulheres. Então, temos que ter a coerência de falar, não é 30% de candidatas, mas 30% de eleitas, no mínimo. Essa é uma luta que falo sempre. É um engano, um pano de fundo. A luta das mulheres e de nós que lutamos por isso é de que tem que ser 30% dos eleitos e de candidatas, porque colocam 30% de mulheres nas chapas, para completar o número de mulheres, para receber o fundo que é das mulheres e gastar não com as mulheres. Essa é a verdade”
Vilma Marcelino (vice-prefeita de Rio Grande da Serra)
“Somos a porta que está sendo aberta para que outras mulheres se inspirem em nós e saibam que é possível ocuparmos o lugar de decisão, com propriedade, com responsabilidade, fazendo, de verdade, o trabalho acontecer. Não como uma questão figurativa, mas colocando em prática. É possível fazer algo diferente”.
Jessica Cormick (vice-prefeita de São Bernardo)
“Queremos que as mulheres pensem: essa mulher, de alguma forma me representa. Vou me inspirar nela. Se ela conseguiu, eu também consigo, mas não queremos estar só de enfeite, queremos representar as mulheres para fazer um bom governo de fato. Ela realmente tem ideias boas, ela subsidia o prefeito de maneira boa”
Silvana Medeiros (vice-prefeita de Santo André)
“É o início de uma mudança, porque cinco mulheres já estão mudando o cenários. As mulheres estão ganhando mais força, estão aparecendo, estão batalhando e adquirindo os seus direitos. As mulheres fazem a diferença. São bem acolhedoras, cuidando bem das famílias, elas têm um olhar diferente, especial, diferente do homem. A mulher merece estar no cenário político, não só cumprindo uma cota. É importante que a mulher esteja atuante”.
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