O programa Tabela SUS Paulista, anunciado há um ano pelo Governo de São Paulo, já repassou R$ 2,1 bilhões para as instituições filantrópicas, o que representa um aumento de 93% dos valores neste primeiro semestre, quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
A iniciativa inédita, liderada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), remunera até cinco vezes mais as instituições filantrópicas com recursos 100% do Tesouro Estadual repassados para os procedimentos realizados via Sistema Único de Saúde (SUS).
O modelo de remuneração beneficia 739 instituições filantrópicas, sendo 359 hospitais. Nas unidades beneficiadas, foram 12.458 internações de alta complexidade a mais que o mesmo período no ano passado, o que representa o atendimento de dois hospitais de alta complexidade de 250 leitos.
“Nosso objetivo com a Tabela SUS Paulista é claro: reduzir filas, melhorar a qualidade do atendimento e assegurar que toda a população tenha acesso a uma saúde pública eficiente. Esse é o compromisso dessa gestão e estamos orgulhosos dos resultados já alcançados. Seguiremos trabalhando para ampliar ainda mais os serviços”, ressaltou Eleuses Paiva, secretário de Estado da Saúde.
Entre os procedimentos com maior crescimento no atendimento pela Tabela SUS Paulista, estão cirurgias oncológicas, que em comparação ao primeiro semestre do ano anterior realizou 2.178 a mais, representando um aumento de 17%. Já as cirurgias oculares foram 4.492 a mais (47%); cirurgia de mama 333 a mais (23%); cirurgia do aparelho circulatório 2. 501 a mais (9,5%), além disso, as cirurgias de alta complexidade tiveram um aumento de 19%, representando 11.700 pessoas a mais que foram beneficiadas.
“O programa foi criado com o objetivo de aumentar o atendimento na rede pública de saúde e reduzir as filas, por meio do complemento do valor que os hospitais recebem pela tabela nacional”, comenta o coordenador do programa de Regionalização da Saúde e consultor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Renilson Rehem.
Aumento da remuneração
A cirurgia bariátrica foi reajustada em 285% pela Tabela SUS Paulista. Um dos beneficiados com o procedimento foi Rober Tabarine, profissional autônomo de 53 anos, que foi submetido a técnica conhecida como Sleeve, responsável por trazer melhores resultados em casos de obesidade mórbida e com comorbidades associadas.
Atendido no Hospital de Base (HB) de São José do Rio Preto, Rober passou pela cirurgia há cerca de 50 dias e conta que após anos na luta contra a obesidade, decidiu juntamente com os médicos, realizar a bariátrica.
A decisão veio após uma complicação de saúde em 2020, levando a uma hérnia inguinal que entrou nas vias urinárias. Rober precisou fazer uma operação de risco que o deixou quatro meses acamado. “Tudo isso aconteceu devido ao meu sobrepeso, por isso o encaminhamento para a bariátrica foi essencial. Creio que essa foi a melhor decisão que poderia ter tomado para a minha vida”, afirma.
Rober cita como principais desafios enfrentados anteriores a bariátrica, foi a dificuldade em realizar hábitos simples como caminhar. “Depois da primeira cirurgia fiquei com uma sequela na perna esquerda e no braço direito, o que me causou também uma instabilidade nos membros superiores. Agora pretendo me exercitar e voltar a ter mais qualidade de vida ”.
Ainda em fase de recuperação, Rober relembra ter sido atendido com carinho e profissionalismo das enfermeiras e demais especialistas que o acompanharam durante o processo. “Esta já é a segunda vez que preciso do atendimento na unidade e é um dos melhores que já vi. Toda a preparação para o procedimento foi muito eficiente e durante todo o tempo fui muito bem orientado e cuidado”, conta. Rober já anseia a volta pela rotina normal e pretende retornar aos trabalhos em fevereiro, com um novo estilo de vida. “Essa cirurgia foi apenas o início de uma transformação que, com certeza, me trará mais saúde e consequentemente, maior confiança para conquistar muitas outras coisas”.
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