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Estado avança em produção e consumo de energia renovável

A participação das energias renováveis na matriz energética paulista em termos de oferta de energia interna bruta, que considera tudo que é produzido, importado e exportado, aumentou de 40 milhões de toneladas de óleo equivalente (toe) para 42 milhões, entre 2021 e 2022. O resultado contribuiu para a capacidade de renovação da matriz paulista: subiu de cerca de 61,4% para 63,9%, a melhor taxa desde 2017, puxada principalmente pelos produtos da cana de açúcar, seguido pela energia hidráulica, mostrando que o estado está no caminho certo da sua estratégia climática de mitigação traçada no Plano de Ação Climática 2050 e no Plano Estadual de Energia 2050.

A conclusão consta do Balanço Energético do Estado de São Paulo 2023 (ano base 2022), elaborado pela Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), por meio da subsecretaria de Energia e Mineração. O documento, lançado nesta semana, analisa os últimos dez anos e traça um quadro fiel sobre a produção e o consumo de energia no estado, permitindo que mercado, órgãos governamentais e demais interessados criem seus planejamentos focados em sustentabilidade e baixo carbono.

A proporção do consumo de energia primária também foi favorável às renováveis: passou de aproximadamente 77% em 2021 para quase 79% em 2022. Os resultados positivos acompanharam a elevação do consumo per capita a partir da normalização das atividades econômicas no pós-pandemia, refletida no crescimento de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) paulista. Em 2022, cada morador de São Paulo consumiu em média 1,516 x 10³ toe, mais do que os 1,445 registrados no ano anterior e perto do registrado em 2019 (1,545).

“Estamos na trilha certa para alcançar os objetivos traçados no Plano de Ação Climática e no Plano Estadual de Energia, que preveem a neutralização das emissões líquidas de carbono até 2050”, comemora a secretária Natália Resende. “A partir de 2023, espera-se que os resultados sejam cada vez melhores em decorrência das políticas públicas estruturantes que adotamos, focadas em atrair investimentos em projetos de transição energética no estado”, afirma. 
 

Eletricidade – Com capacidade instalada de 27 GW, em 2022, a produção de eletricidade em SP supriu 45% da necessidade do estado, uma adição de dois pontos percentuais em relação ao registrado no ano anterior em virtude do significativo acréscimo da participação da energia solar fotovoltaica, aumento da geração das hidrelétricas devido à hidrologia favorável, além de elevação da geração das usinas a biomassa, permitindo, com isso, redução de geração de energia a partir de termelétricas a gás natural. Adicionalmente, os dados apontam que consumo paulista de energia elétrica, em 2022, correspondeu a 26% do nacional.

Para a titular da Semil é importante ampliar a geração no estado para reverter a necessidade de importação de energia: “Em São Paulo há uma variedade de fontes, da hidráulica à térmica, e um mercado consumidor em expansão. Os dados do Balanço nos ajudam a traçar ações para crescer em fontes mais limpas aproveitando a vocação energética estadual, sobretudo, a hidráulica, a biomassa da cana-de-açúcar, o biogás, os resíduos sólidos, a solar fotovoltaica e o gás natural”, avalia. 

São Paulo também registrou alta significativa de 19% na autoprodução de energia elétrica – quando a energia é gerada e consumida localmente, tanto em residências quanto em empresas, sem passar pela rede pública de eletricidade. “Tivemos aumento significativo na instalação de painéis solares fotovoltaicos, além da recente entrada em operação da maior usina termelétrica a partir de biomassa do estado”, acrescenta a subsecretária de Energia e Mineração, Marisa Barros. “A produção de energia elétrica descentralizada, seja por autoprodutores ou por produtores independentes de energia elétrica, é uma realidade no contexto da transição energética”.

 

Foto: Divulgação