O governador do Estado, João Doria, no Palácio dos Bandeirantes, acaba de anunciar, durante coletiva de imprensa, junto ao prefeito de São Paulo, Bruno Covas; aos secretários estaduais, de Saúde, José Henrique Germann; de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen; e ao hematologista Dimas Tadeu Covas, nesta sexta (6) de maio, a prorrogação da quarentena, até 31 de maio em todo o Estado de São Paulo.
“O cenário é desolador, teremos que prorrogar a quarentena até o dia 31 de maio. É o momento mais triste da história do País, nos últimos 100 anos”, enfatizou Doria.
E completou: “Só não reconhece, só não enxerga aqueles que estão cegos pelo ódio ou pela ambição pessoal, e que estão colocando em risco o sistema de Saúde e a recuperação econômica. A pandemia clama compaixão para fortalecer e defender o que é certo. Prorrogar a quarentena em São Paulo é a decisão pela vida”.
O governador ainda disse que o Brasil hoje é um ‘País triste’. “O medo afasta investidores e ataca os empregos. A quarentena vem salvando vidas em São Paulo e, em outros Estados e, se existem milhares de pessoas que, hoje, estão desfrutando a vida, que estão bem, foi porque foram protegidas pelo isolamento social”, afirmou.
Doria também mencionou que estudos mostram como a quarentena evita a propagação do vírus. “Segundo pesquisadores da USP, o Estado tem salvado 51 vidas por dia e, até 31 de maio, 3.246 vidas serão salvas. É o momento mais difícil da história do País, tenho a obrigação de fazer isso e, neste momento, não sou político, não ajo por pressão, ajo para defender vidas. Nenhum país no mundo conseguiu relaxar a quarentena com a curva em ascensão. O número de casos em abril aumentou 3.300% no interior e litoral e 770% na região metropolitana de São Paulo”, contou.
O governador não definiu uma possível data para o relaxamento da quarentena. “Faremos a retomada tão logo possível, na hora certa, no momento certo. Este momento vai passar se todos nós ajudarmos a passar, e entendermos que corremos risco de vida”, disse.
Na ocasião, Doria ainda informou que o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, David Uip, pediu licença após sofrer alterações cardiológicas e clínicas. Uip ficará afastado por alguns dias e, no seu lugar, assumiu a coordenação, outro membro do Centro de Contingência, Dimas Covas. “Fico entristecido, neste momento difícil, de não poder estar presente”, afirmou o infectologista, em carta lida pelo governador.
BOLETIM- O secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann, atualizou o número de casos no Estado:
– 41.830 casos confirmados [aumento de 5%, em relação a quinta (7)]
– 3.400 óbitos [aumento de 6%, em relação a quinta (7)]
Germann ainda informou que o índice de ocupação em UTIs chegou a 89,6% dos hospitais de São Paulo em 74% dos hospitais da Grande São Paulo. E relembrou que em 24 de março eram apenas 810 casos no Estado, com 40 óbitos; no dia 22 de abril, os casos passaram para 15.914 e 1.134 óbitos.