Educação

Estudantes de Ribeirão desenvolvem projeto que usa IA para identificar estado emocional dos alunos

Mimimi: Projeto desenvolvido por estudantes do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Informática para Internet da Escola Técnica Estadual (Etec) Profª Maria Cristina Medeiros, localizada em Ribeirão Pires

Mimimi é o nome de um projeto desenvolvido por estudantes do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Informática para Internet da Escola Técnica Estadual (Etec) Profª Maria Cristina Medeiros, localizada em Ribeirão Pires. Um termômetro emocional que utiliza inteligência artificial (IA) para identificar sinais de sofrimento e auxiliar na criação de um ambiente escolar mais acolhedor.

“Ironizamos a expressão que as pessoas usam para banalizar os sentimentos e problemas de saúde mental. Nossa proposta é justamente chamar atenção para o que todos estão sentindo”, explica o aluno Enzo Caetano Rodrigues.

O grupo formado por Enzo, Paulo Augusto Costa e Thaís Quinelato Abe foi orientado pelos professores Cíntia Maria de Araújo Pinho e Anderson Silva Vanin. Eles instalaram um robô equipado com QR Code no pátio da escola, para que os alunos registrassem anonimamente como se sentiam no momento.

“Implementamos no final do ano passado e atingimos cerca de 200 interações com o robô. Para este ano, estamos mudando a estratégia para dispensar o uso de celular. O portal ficará nas salas e laboratórios de informática, sendo a primeira tela que o estudante vê quando liga a máquina”, explica a professora Cíntia Maria Pinho.

As informações coletadas geraram palavras-chave que são transformadas em nuvens, permitindo que a escola compreenda melhor os sentimentos coletivos dos alunos, o que pode ajudar na prevenção de conflitos. “A nuvem de palavras é bem variada, mas nos ajuda a identificar os sentimentos de turmas, o clima na escola, e até prevenir situações de crise, como um clima de rixa entre alunos, por exemplo”, explica Cíntia.

Inteligência humana

A proposta de manutenção da saúde mental vai além da tecnologia e prevê a integração de um serviço de apoio psicológico gratuito. A ideia é fechar parceria com universidades para oferecer suporte emocional gratuito dentro do ambiente escolar. “Estamos em contato com universidades dispostas a conectar profissionais recém-formados em psicologia aos nossos alunos. Mesmo que seja feito de maneira descontraída, é uma opção para quem não pode pagar pelo serviço”, diz Cíntia.

Apesar do uso da inteligência artificial, os idealizadores do projeto ressaltam que a tecnologia não substitui o trabalho de especialistas em saúde mental. O objetivo é combinar inovação e atendimento humanizado, garantindo que os alunos tenham um espaço seguro para expressar suas emoções e buscar ajuda quando necessário.

Foto: Divulgação