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Falta de energia em São Paulo afeta bares, restaurantes e hotéis e prejuízo pode chegar a R$ 100 milhões

O vendaval que assolou São Paulo na quarta-feira (10) deixou um rastro de estragos ocasionados, principalmente, por queda de árvores e por falta de energia elétrica. Para os setores de Alimentação Fora do Lar e de Hospedagem, o prejuízo com o apagão pode chegar a R$ 100 milhões, segundo estimativa da Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp). A entidade calcula 5 mil estabelecimentos atingidos entre a capital paulista e municípios das regiões do ABC Paulista, Osasco e Itapecerica da Serra e parte do interior, além de danos que envolvem a perda de equipamentos, de alimentos e, sobretudo, de clientes.

Prejuízo com o apagão pode chegar a R$ 100 milhões
(Foto: Divulgação)

A demora no restabelecimento no fornecimento de energia, com mais de 2 milhões de endereços afetados, joga luz sobre um problema antigo que envolve a atuação da Enel, empresa italiana detentora da concessão do serviço de distribuição de eletricidade para a capital paulista e outras 24 cidades do entorno. Segundo boletim divulgado nesta sexta-feira (12) pela concessionária, a Grande São Paulo ainda tem perto de 835 mil imóveis sem luz.

O diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, é taxativo ao afirmar que a Enel falha por não conseguir atender a urgências, sendo o episódio recorrente. A entidade, que representa cerca de 500 mil estabelecimentos no estado e mais de 20 sindicatos patronais, calcula que os prejuízos, desta vez, com fim de ano, férias escolares e compras e confraternizações de Natal, que, indiscutivelmente, aquecem a Economia, podem chegar a R$ 100 milhões.

Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp
(Foto: Divulgação)

A Fhoresp estima ainda que, aproximadamente, 5 mil estabelecimentos, entre hotéis, bares e restaurantes, foram impactados pelo apagão. Muitos, ainda no escuro, perderam produtos estocados e, para piorar, clientes – o que ocasiona, ainda, falta de faturamento, colocando em risco, inclusive, os empregos de quem trabalha no setor.

Conforme ressalta Edson Pinto, não foram poucos os cancelamentos de reservas, de quarta-feira para cá, sendo que, neste período natalino, acontece o contrário – fila de espera:

“Não de hoje, a Enel apresenta problemas recorrentes em relação ao fornecimento de energia elétrica. Este já é o sétimo apagão em menos de dois anos. Os setores de Alimentação Fora do Lar e de Hospedagem ficam reféns. São poucos os empresários que conseguem recorrer a geradores ou realocar os produtos em tempo de não perder os alimentos. É um caos! Pergunto: quem é que paga a conta?”, questiona o diretor-executivo da Federação.

Como dezembro é um dos meses de maior movimento para restaurantes, bares e hotéis, as empresas se preparam para atender a alta demanda. Logo, reforçam a mão-de-obra, com contratações temporárias, e incrementam o estoque – hoje, em risco iminente por conta de falta de energia elétrica, que, segundo a própria Enel, não tem data para ser restabelecida:

“Estamos próximos de um fim de semana que deveria ser de alta lucratividade para muitos estabelecimentos. Mas, para milhares deles, serão dias de portas fechadas, de tristeza. É quase um luto. E, reforço: quem é que arca com esse prejuízo todo? O empresário vai, mais uma vez, pagar a conta de uma falta de responsabilidade e de respeito por parte da concessionária de energia, que continua fazendo o que bem entende, sem sanção alguma?”, dispara Edson Pinto.

Ação na Justiça – Para as empresas afetadas pelo blecaute, por ora, resta a via judicial. A orientação da Fhoresp, neste momento, é que os prejudicados reúnam o maior número de elementos, provas dos prejuízos, para ajuizar ações de ressarcimento pelos dias de não funcionamento e, consequentemente, de não faturamento; pela perda de mercadorias; e, entre outros, por equipamentos queimados, face à oscilação de energia.

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