
Alunos das Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) Ribeirão Preto, Mogi das Cruzes e Sebrae (Capital), bem como da Escola Técnica Estadual (Etec) Júlio de Mesquita, de Santo André, estão entre os vencedores do Ideathon Transformar 2025, competição nacional promovida pela Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (Angrad), em parceria com o Conselho Federal de Administração (CFA).
A iniciativa reconhece projetos inovadores em áreas como sustentabilidade, ESG, ODS, combate às desigualdades e questões de gênero. Para participar, os grupos precisaram elaborar um sumário executivo, construir um Business Model Canvas e apresentar a defesa da proposta em um vídeo pitch de até três minutos. A avaliação foi pautada em critérios estruturados em três pilares: inspiração, elaboração e comunicação.
Um total de 220 equipes de instituições de ensino de todas as regiões do país participaram do IDEAthon e foram concedidos 30 prêmios para cada um dos 10 projetos selecionados entre os 1º, 2º e 3º lugares.
Aulas de inglês na periferia e cidadania fiscal
A Fatec Ribeirão Preto foi premiada com duas propostas desenvolvidas por alunos do curso de Gestão de Negócios e Inovação, sob orientação da professora Luciana Maria Gasparelo Spigolon. O projeto Acesso ao inglês: construindo futuros ficou entre os classificados em 1º lugar com uma ideia voltada à redução da desigualdade social por meio da oferta de aulas presenciais de língua inglesa em comunidades periféricas.
Elaborada pelos estudantes Ana Beatriz Nobre Oliveira, Daniele Caldas Meira Santos, Helber Francisco e Marcos Vinícius Bianchini Silva, a iniciativa propõe ampliar as oportunidades de inserção profissional de jovens com acesso limitado à educação de qualidade. “Foi uma experiência extremamente enriquecedora, que permitiu aos estudantes aplicarem na prática seus conhecimentos sobre inovação e desenvolvimento de soluções com impacto real”, afirma Luciana.
Outra equipe da Fatec Ribeirão Preto foi selecionada entre os classificados em terceiro lugar com o projeto Cidadania fiscal e financeira em escolas públicas. Desenvolvido pelos alunos Elisane Neves, Giovanna Vezzoni Moretti, Rafael Vieira Alves Pinto, Sarah Caroline de Souza Guadagnin e Willian Ferreira Fregeri, consiste em tornar obrigatória a inclusão de uma disciplina sobre educação fiscal, política e financeira nas redes públicas de ensino, com apoio de inteligência artificial e formação continuada de professores.
Empoderamento de mulheres em processo de divórcio
A Fatec Sebrae, localizada na capital paulista, ficou entre os que conquistaram o primeiro lugar com o projeto ELA consciente: conhecimento que liberta. Os alunos do curso Gestão de Negócios e Inovação Batista José Xavier Neto, Gabriela Leal de Barros Messa, Gean Felipe dos Santos Viana, Kauan Vitor Sá Teles de Souza e Pedro Henrique Martins Brito apresentaram um modelo de FemTech, startup voltada à tecnologia com foco em questões femininas dedicada a empoderar mulheres em processo de divórcio.
De acordo com o orientador do projeto, professor Paulo Kazuhiro Izumi, a ideia nasceu da sensibilidade dos estudantes em identificar desafios reais e urgentes. “A proposta desenvolvida por eles é de oferecer suporte tecnológico acessível e atendimento multidisciplinar, com o objetivo de reduzir vulnerabilidades emocionais, jurídicas e financeiras enfrentadas por muitas mulheres nesse momento delicado da vida”, salienta.
Já a Fatec Mogi das Cruzes foi premiada com o projeto Mouse Robótico, classificado entre os que foram premiados com o terceiro lugar. A proposta apresenta um protótipo de dispositivo assistivo desenvolvido para ampliar a acessibilidade digital de pessoas com mobilidade reduzida, contribuindo para a inclusão produtiva desse público.
Inclusão de migrantes e refugiados
A Etec Júlio de Mesquita, de Santo André, ficou entre os selecionados em terceiro lugar com o projeto Migrantes Integra, ao propor a criação de uma plataforma digital integrada a ações presenciais para promover a inclusão de migrantes e refugiados no mercado de trabalho e na sociedade brasileira. Idealizado por quatro alunas do curso de Administração, Isabelle Silva, Eduarda Santos, Lara Gecov e Júlia Genari, sob orientação do professor Bruno Castro, aborda barreiras como burocracia, falta de informação e xenofobia.
Para Bruno, a conquista mostra a potência do ensino técnico público, gratuito e de qualidade. “Elas demonstraram competência técnica, sensibilidade social e espírito empreendedor. Essa premiação simboliza muito mais que um troféu, representa um projeto com impacto real na vida das pessoas”, destaca.
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