Cidades Mauá

Fernanda Oliveira: “Mauá tem passado por uma transformação muito grande”

Assista a entrevista com a primeira-dama de Mauá, Fernanda Oliveira.

   A primeira-dama, presidente do Fundo Social e secretária de Assistência Social de Mauá, Fernanda Oliveira, em entrevista exclusiva, conta sobre os desafios e conquistas do Fundo Social. Revela detalhes emocionantes sobre a luta pela vida contra o câncer e frisa que, para 2026, pretende seguir avançando na qualificação e apoio às famílias. Confira.

FOLHA DO ABC- Em 2020, no início do primeiro mandato do prefeito Marcelo Oliveira, qual foi a situação encontrada no assistencialismo da cidade e no Fundo Social? Como foi possível avançar e encerrar o mandato?  

Fernanda Oliveira- Quando o Marcelo ganhou para prefeito de Mauá, veio um pacote também à questão do social. Na verdade, nem sabia o que seria o papel da primeira-dama, o que seria o papel do Fundo Social. Fui estudar, aprender como que era, como que funcionava. Em abril de 2021, assumi a presidência do Fundo Social de Solidariedade.

Quando assumi o Fundo Social, não encontrei nada. É como se fosse uma terra arrasada mesmo. A gente não tinha nenhum tipo de material para fazer doação, nada que pudesse contribuir para poder avançar. Então, começamos do zero, fui entender o que era o papel do Fundo, pesquisei no entorno e sabia que Santo André tinha um. Foi o primeiro passo, o primeiro caminho que fiz enquanto Fundo Social, que não queria que o Fundo Social ficasse vinculado à questão do assistencialismo, da entrega de cestas, que era muito comum em Mauá.

Sabemos que a entrega de cestas é importante e temos continuado com esse trabalho, que é um trabalho de prioridade do nosso governo, mas alinhado a isso, a gente sempre pensou em investir na qualificação, é a qualificação que transforma a vida das pessoas.

Sabíamos que Santo André tinha a Praça da Cidadania. Fiquei super feliz com esse projeto e fui buscar, no Fundo Social de São Paulo, a possibilidade de trazer para Mauá também, porque a Praça da Cidadania é um espaço que investe em qualificação.

Marcamos uma agenda, na época, com outro governador e com a outra primeira-dama, fizemos a conversa e lançamos a proposta de trazer a Praça para Mauá. Três meses depois, fomos chamados e recebemos a notícia. Ficamos super felizes de que Mauá seria contemplada com a Praça. E aí, começou a correria atrás de um local.

A princípio, pensamos em outros bairros, mas onde está, hoje, instalado, acredito que foi o melhor lugar que a gente tinha para colocar a Praça da Cidadania, que é um lugar que está no meio da comunidade, que realmente precisa. Então, deu para construir uma Praça referência. De todas as Praças que foram construídas, a de Mauá é uma Praça que se destaca porque ela tem um espaço amplo de lazer, parquinho, academia ao ar livre, pista de skate e a menina dos olhos, que é a sala de qualificação. Então, lá foi o primeiro passo do Fundo Social e para gente assim foi um presente.

Começamos nosso trabalho nesse sentido, de investir na qualificação, que sempre foi a nossa prioridade e vamos atrás de parcerias, de buscar novos avanços, conseguimos um carro da Receita Federal, que nos dá o suporte para levar as doações dos bairros, que nos auxilia no trabalho e conseguimos diversas doações com a comunidade com os empresários. Hoje, a gente consegue ajudar as famílias em todos os sentidos, seja na alimentação, seja numa roupa, seja na qualificação, que é o primordial. Então, o Fundo Social avançou muito, hoje temos uma estrutura, que consegue dar o suporte necessário que o município precisa. Então, a gente está super feliz com isso.

FOLHA – A sra. enfrentou um dos maiores desafios da vida de uma pessoa e realizou transplante de medula. Como os aprendizados dessa jornada na luta pela vida a transformaram e a auxiliam a desempenhar o seu trabalho?

Fernanda – Justamente quando assumi o Fundo Social, assumi também o grande desafio da minha vida. Foi um desafio que, quem passa pelo câncer, quem tem um familiar que passa pelo câncer sabe o quanto é difícil, a gente não pode romantizar o câncer, o câncer é uma luta difícil. Não é fácil passar por ele, a gente precisa de um suporte, um apoio da família, dos amigos, e graças a Deus tive esse suporte.

   Então, quando assumi o Fundo Social, logo de imediato, também assumi esse desafio de vida, que é descobrir o câncer e iniciei o tratamento. O Fundo Social me ajudou a vencer esse desafio também, sempre falo que o Fundo Social foi um presente que Deus me deu para que conseguisse atravessar essa fase da vida minha vida, porque quando a gente ajuda o outro a gente acha que estamos ajudando o outro, mas estamos nos ajudando, em todas as etapas e desafios que o câncer traz.

   Primeiro, fiz uma cirurgia na coluna, fiz 30 sessões de radioterapia. Depois fiz a quimioterapia e me preparei com o transplante de medula óssea e, assim, foi bem desafiador, porque quem faz o transplante, zera a medula.

   Fiquei em isolamento da minha família, dos meus filhos para poder receber essa medula nova. O olhar das pessoas muda. Foi bem difícil, bem desafiador.

   Hoje, estou aqui, me resgatei, me reconstruí. Quem passa pelo câncer, sabe que a vida da gente, o olhar da vida, a gente muda. Você passa a contemplar o amanhecer, o acordar, a possibilidade de preparar os lanchinhos dos meus filhos para levar para a escola. Agradeço a Deus pela oportunidade que ele me dá de estar viva.

FOLHA – Quais os principais programas desenvolvidos neste primeiro ano do segundo mandato do prefeito?

Fernanda- Os quatro primeiros anos foram desafiadores, tendo em vista a minha doença, o Marcelo também pegou Covid, enfrentou uma cidade também, que pegou todos os desgastes da gestão anterior, uma dívida, com vários desafios para enfrentar.

   O Marcelo sempre fala, e sempre assino embaixo, que foram milagres que ele conseguiu fazer em Mauá, com toda a situação que tinha, todo o cenário, a gente estava vivendo uma pandemia ainda, e com tudo que tinha de dívidas no município, de uma administração complicada anteriormente. Tudo o que aconteceu, com tudo que a gente conseguiu avançar, todas as obras inauguradas, todos os projetos que foram avançando, foram um milagre que vivemos.

   E agora, esses próximos quatro anos, que começou em 2025, serão da prosperidade, das colheitas de tudo que aquilo que ele plantou nos primeiros quatro anos de governo.

   Há muitos desafios, que já foram vencidos, e muito a vencer. A cidade tem passado por uma transformação muito grande, Mauá aparece um canteiro de obras, que já foram inauguradas e que serão inauguradas também. Tivemos duas escolas municipais inauguradas. Inauguramos, em maio, a Casa de Cursos, que também era um desejo de 2021, de investir na qualificação.

   Temos colhido muitos frutos também. Muitas pessoas estão se qualificando, aprendendo uma profissão, empreendendo, tendo seu primeiro negócio. Temos muitos testemunhos de pessoas que mudaram de vida através da qualificação, da oportunidade que a gente tem dado no município. Uma vida que a gente consegue transformar já valeu a pena, imagina várias vidas? Temos muita coisa boa acontecendo em Mauá e a expectativa é de que a gente tenha muito mais pela frente.

FOLHA – Mauá irá completar 71 anos, no dia 8 de dezembro, haverá atividades especiais da secretaria de Assistência Social e do Fundo Social para celebrar a data?

Fernanda – Em celebração do aniversário da cidade, vamos ter a inauguração do ginásio, com várias apresentações da Arena Chicão, um ginásio maravilhoso, completamente sustentável, vai ser uma inauguração histórica para Mauá. Mas, além dessas inaugurações que vão acontecer, teremos também o Natal Solidário.

   Todo ano a gente faz esse Natal Solidário, que é uma festa para as famílias que a gente acompanha no decorrer do ano. São as famílias vulneráveis, que a gente tem cadastrada no Cadastro Único, que precisam de um suporte do município, e a gente faz essa festa para celebrar o andamento do ano inteiro. Então, a festa, tem o Papai Noel, tem os brinquedos e tem entrega de uma cesta de Natal. É uma cesta que contém arroz, feijão, panetone, bolo, para as famílias poderem ter um alimento digno no Natal. 

   É uma festa que a gente está super feliz de fazer, fazemos todo ano, ficamos super felizes em fazer, porque como disse, no início, a gente entrega e recebemos muito mais. Teremos oito festas nos finais de semanas, dias 6 e 7 e 13 e 14 de dezembro, justamente para comemorar, também, o aniversário da cidade.

   Para cada dia do final de semana acontecem duas festas no mesmo dia. Vai ter show nas festas, apresentações. É um momento de lazer, um momento cultural, de confraternizar, de estar junto e de celebrarmos com a entrega desse presente, que é essa cesta para a população que precisa. Mauá encerra 2025 com essa festa linda do Natal Solidário.

Folha – Para 2026, o que será prioridade e qual será o desafio tanto da secretaria, quanto do Fundo Social?

Fernanda – Vamos seguir avançando no sentido de qualificar, fortalecer e apoiar as famílias. Esse é o nosso papel principal. Temos nos empenhado bastante em fortalecer as famílias para que elas sejam protagonistas de suas vidas. Temos feito um trabalho tanto nos CRAs (Centro de Referência de Assistência Social), porque entendemos que é a porta de entrada da família vulnerável, é lá que ela vai buscar o atendimento, todo o serviço da do poder público. Então, a gente tem avançado e vai avançar cada vez mais a população vulnerável.

Os nossos planos, projetos são no sentido de avançar, cada vez mais e favorecer esse fortalecimento, seja no curso de qualificação, numa vaga de emprego, em qualquer âmbito, em qualquer área.

Folha – Existe algum projeto que a sra. sonha e gostaria de implementar no ano que vem?

Fernanda – Sonhamos com a questão da qualificação, de ampliar os espaços que a gente tem. Nosso desejo sempre foi levar os cursos de qualificação para a comunidade, estar próximo da população carente. Já conseguimos isso, tanto com a Praça da Cidadania, quanto com a Casa de Cursos e temos o desejo de avançar com esses espaços de qualificação nos demais bairros. Nosso sonho é ter um espaço de gastronomia para cursos, que são muito procurados pela população, principalmente pelas mulheres.

Acredito também nessa missão de fortalecer as mulheres, temos muitas mulheres que, às vezes, são dependentes financeiramente do marido e acabam sofrendo violência e não conseguem sair dessa condição de violência porque ela não tem um emprego, não tem uma renda.

Então, sempre falo que a minha missão é fortalecer essa mulher para que ela consiga sair dessa condição e melhorar de vida. Meu desejo é ampliar, cada vez mais, essas oportunidades para que essas pessoas consigam se fortalecer.

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