Opinião

França cria 35 vacinódromos para imunizar 30 milhões

Pelo menos 35 “vacinódromos” serão inaugurados na França, na expectativa de vacinar 30 milhões de pessoas até o verão contra a Covid-19, incluindo dez milhões a partir de meados de abril e 20 milhões até meados de maio.
A grande dúvida na França é sobre o retorno à normalidade no verão ou no outono. Essa é a hipótese levantada por Alain Fischer, presidente do comitê gestor da estratégia vacinal, na BFM-TV, segunda-feira, 22 de março, poucos dias após o estabelecimento de um terceiro confinamento em 16 departamentos franceses. Para atingir este objetivo será necessária uma aceleração da campanha de vacinação, prosseguiu o “Sr. Vacina” do governo, que anunciou a participação do exército. O número de pacientes Covid-19 tratados em UTIs continua a subir, com mais de 4.500 pacientes, de acordo com dados da Public Health France, na segunda (22). Os indicadores dispararam notavelmente região de Ile-de-France. Segundo dados oficiais, o número de novos casos se aproxima do pico da segunda onda, no final de outubro.
O exército e os bombeiros irão implantar “pelo menos 35 “vacinódromos”, anuncia Véran. Serão “pelo menos 35 grandes centros de vacinação contra a Covid-19, para poderem usar todas as doses que serão entregues à França “a partir de abril”, disse ontem, 22, o ministro da Saúde.
“O serviço de saúde do exército vai trabalhar no desenvolvimento de um certo número de grandes centros de vacinação – que podemos chamá-los de “vacinódromos ”ou “ megacentros”. São pelo menos 35 centros que serão implantados tanto pelo Exército quanto pelos bombeiros em território nacional. E estamos implantando com o Estado, o Medicare e alguns outros também.”
Esses 35 centros, apoiados pelo exército, fazem parte de um a dois grandes centros de vacinação por departamento, administrados pelo ministério e pelo Medicare.
Cabe às autoridades “poder usar todas as vacinas que nos foram entregues a partir de abril para vacinar maciçamente os franceses” continuou ele. Véran reafirmou o objetivo de “dez milhões de primeiras vacinas em meados de abril, e depois vai aumentar, porque a oferta de vacinas vai aumentar” garantiu.
Uma medida que o governo e Véran, em particular, até então se recusaram a implementar, defenden-do uma estratégia “assumida” e argumentando ” uma logística delicada que exclui a constituição de grandes vacinódromos”.
O Ministério das Forças Armadas declarou hoje, por sua vez, que “a reflexão em curso diz respeito aos hospitais de instrução dos exércitos”, em número de oito no território francês. “Estamos considerando uma intensificação da vacinação nesses hospitais dependendo da nossa capacidade e do número de doses disponíveis”, explica um do ministério.
“Os exércitos já estão muito envolvidos, hoje, ao lado de outros serviços do Estado e da saúde pública na gestão da crise de Covid”, comentou o chefe de Estado-mor, General François Lecointre, referindo-se em particular a entrega por meio militar de vacinas aos territórios ultramarinos.
O serviço de saúde do exército (SSA) também mobilizou cerca de cinquenta de seu pessoal para reforçar Mayotte, a fim de administrar dez leitos de reanimação adicionais dentro do centro hospitalar.
Durante a primeira onda epidêmica, na prima-vera de 2020, os soldados franceses também contribuíram para o esforço coletivo sob a égide da Operação “Resiliência”: abertura de uma estrutura médica para reanimação em uma tenda em Mulhouse (Haut-Rhin), transferência de pacientes por via aérea ou transporte de equipamentos médicos e reforços no exterior.
Dados de vacinação mostram que em 24 horas mais de 56.400 pessoas receberam a injeção, segundo o ministério da saúde. Agora, quase 6,2 milhões de pessoas receberam pelo menos uma injeção, ou 9,2% da população total. Entre essa população de pessoas vacinadas, 2,5 milhões receberam duas injeções, ou 3,7% da população total.