Quinta Avenida

Frank Sinatra -o cantor do século XX (I)

Francis Albert Sinatra, nasceu a 12 de dezembro de 1915, na cidade portuária de Hoboken-New Jersey, às margens do rio Hudson, em frente à ilha de Manhattan. O pai, Antônio Martino Sinatra, nascido em Catânia-Sicília, trabalhava como operário nas caldeiras do porto. A mãe, Natália Garaventi, também de origem italiana, nasceu em Genova e exerceu durante muitos anos a profissão de enfermeira. Fruto de um parto difícil (nasceu com quase 6 quilos), foi preciso ser retirado a fórceps, sofrendo ferimentos no lóbulo da orelha esquerda e profundos cortes no pescoço, que o marcariam para sempre.

Filho único, cresceu em um lar humilde, cercado pelo carinho dos pais e parentes próximos, no bairro italiano da cidade. Natália ou “Dolly” (Bonequinha), como era carinhosamente tratada, uma mulher de grande personalidade e liderança, participava da política local como membrodo Partido Democrata. Por sua influência, conseguiu junto às autoridades, um lugar para o marido no corpo de bombeiros, cargo que exerceu até aposentar-se como capitão. Na mocidade, ele foi lutador de boxe, usando o pseudônimo de Marty O´Brien.

De uma maneira geral, as famílias italianas sempre cultuaram a música e o canto. Nas festas familiares alguns tocavam instrumentos musicais e outros cantavam canções da velha Itália. Nesse ambiente, Frank cresceu demonstrando pendores para o canto, despertado mais tarde, ouvindo no rádio gravações dos cantores Gene Austin, Russ Columbo, Rudy Valee e Bing Crosby, intérpretes de destaque na época.

Aos 15 anos, ganhou um “ukelele”, espécie de guitarra hawaiana, do tio Domênico Garaventi, ficando horas a fio a dedilhar o instrumento. O tio foi o grande incentivador para seguir na carreira de cantor, achando que o sobrinho tinha boa voz e predicados para isso. Por volta de 1933, enquanto estudava à noite, exercia o cargo de repórter iniciante, um “foca” de redação, na seção de esportes do “Jersey Observer”, pretendendo seguir como jornalista. Certa noite, convidou a então namorada Nancy Barbato para irem assistir uma apresentação do cantor Bing Crosby em um teatro de Jersey City. Após se sensibilizar com a atuação do cantor, disse para Nancy, que ia deixar o emprego para se tornar cantor.

Ao chegar em casa, repetiu o desejo à mãe que, a princípio, não concordou. Na família era Dolly, quem dava as ordens e não queria que o filho se tornasse cantor; havia delineado outro futuro para ele. Mulher esperta e prática, quando percebeu que não havia maneira de demovê-lo da decisão, aceitou que deixasse o emprego para procurar locais onde pudesse cantar, passando a apresentar-se em casamentos, clubes e escolas, ainda como amador.

Em 1935, Frank começou a cantar em programas de rádio em New York e New Jersey, até juntar-se a um trio. Naqueles tempos, havia em New York um programa que promovia concursos de calouros, o Major Bowes Amateur Hour. O novo quarteto foi, por sugestão de Bowes,  denominado “The Hoboken Four”. A estreia aconteceu a 8 de setembro de 1935, com o programa transmitido “ao vivo” por juma emissora de rádio do palco do Capitol Theatre em Manhattan, com Frank ocupando a posição de cantor solista. The Hoboken Four, foi o vencedor daquele dia, ficando marcado por ser o último de Frank com o amador.

Os classificados em primeiro lugar, passavam a integrar uma equipe formada pelo Major Bowes para excursionar por várias cidades do interior A partir daí, o quarteto passou a receber o salário de US$50 por semana, mais refeições.  

Alguns meses se passaram e, já bem claro, que a estrela do grupo era Frank Sinatra, começaram a surgir as primeiras divergências entre os rapazes. Nessa ocasião, Frank decidiu separar-se do grupo, voltando para Hoboken para cantar sozinho. Mais tarde, empregar-se-ia em um restaurante de beira de estrada, a grande chance para se tornar conhecido.

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