Ao deixar a orquestra de Tommy Dorsey e seguir por contra própria, Sinatra tomou sábia decisão, contratando Axel Stordahl para ser seu diretor musical exclusivo, fazendo arranjos e conduzindo a orquestra em apresentações em teatros, programas de rádio e gravações em estúdio . Stordahl (1913-1963), já havia feito inúmeros arranjos para ele quando pertencia ao “staff” de Tommy Dorsey. Com o bandleader ganhava US$ 150 semanais. Sinatra começou a pagar-lhe US$ 650, substancial aumento para quem passaria a ser o braço direito do cantor, responsável por belos arranjos orquestrais onde se sobressaia completa sessão de cordas.
O passo seguinte de Sinatra, dar-se-ia na busca de uma sólida gravadora. Devido a greve dos músicos, impedidos pelo sindicato de fazerem gravações em estúdio, entre agosto de 1942 e outubro de 1944, somente com a intervenção do principal executivo da gravadora Columbia Records, Manie Sachs, surge a assinatura do primeiro contrato. Com duração de dois anos, acordo para a produção de dezesseis canções e US$1.600 como adiantamento. O segundo contrato, daria a Sinatra US$6.000 por mês, além de uma participação nas vendas dos 78 rotações. Sagaz e compete Manie Sachs, aproveitando o enorme sucesso do cantor, relançou o tema “All Or Nothing At All” (Tudo ou absolutamente nada), que Sinatra havia gravado em junho de 1939, quando era “crooner” da orquestra de Harry James. Na oportunidade, essa gravação atingiu rapidamente as paradas de sucesso, vendendo mais de um milhão de cópias (etiqueta Brunswick, subsidiária de Columbia Records).
A primeira sessão de gravação deu-se a 07 de junho de 1943. Até 10 de novembro desse ano, foram nove temas gravados que, por imposição da greve dos músicos, teve acompanhamento “à capela” com o coro de vozes “The Bobby Tucker Singers”. Com arranjo de condução da orquestra por Alec Wilder, músico de grande competência e inspirado compositor. Somente a 14 de novembro de 1944, Sinatra faz as primeiras gravações. Com arranjos e condução da orquestra por Axel Stordahl, gravou quatro temas, entre ales: “If You Are But A Dream” (Se você é apenas em sonho). Até o dia 17 de setembro de 1952, período conhecido como “The Columbia Years”, gravaria um total de 285 títulos, com alguns “takes” alternativos. Desse total, 90% foram arranjados e conduzidos por Axel Strodahl. O restante, teve assistência dos competentes maestros e arranjadores George Siravo, Percy Faith, Xavier Cugat, Harry James, Joseph Gershenson, Mitch Miller, Sy Oliver, Hugo Winterhalter, Morris Stolloff, Jeff Alexander e Mitchell Ayres.
Em 1994, a Columbia Records lançou a coleção “Frank Sinatra – The Columbia Years- 1943-1952-The Complete Recordings”. São ao todo, 12 compact discs, incluindo 24 faixas inéditas e três recém descobertas, com mais de 14 horas de música. Acompanha um livreto com toda discografia, os instrumentistas que atuaram nas gravações, além de participações de cantores e conjuntos vocais convidados.
Na fase Columbia Records, o forte do cantor eram as canções românticas como “Body And Soul”, “She´s Funny That Way”, “Dream”, “My Melancholy Baby” e “Mean To Me”, para citar algumas essenciais. Entre 1944 e 1947, Sinatra colocou no “hit parade” 86 gravações e 33 entre as dez mais vendidas (top ten). Em primeiro lugar “Oh! What It Seemed To Be”, “Five Minutes More” e “Man´selle”. A gravação considerada mais pungente e sofrida foi “I´m A Fool To Want You” (Sou um tolo por querer te) de março de 1951, no auge do “affair” com sua então esposa, a atriz Ava Gardner.
No dia 17 e setembro de 1952, Sinatra gravou o último tema para a Columbia Records, “Why Try To Change Me Now?” (Por que tentar mudar-me agora?). Percebendo que, precisava mudar, não renovou contrato, ingressando na Capitol Records, iniciando a segunda fase discográfica. Esta seria a mais importante incursão no disco. No auge das condições vocais e já amadurecido aos 37 anos de idade, teve nos arranjadores Nelson Riddle, Billy May e Gordon Jenkins a necessária infraestrutura para gravar belas páginas do cancioneiro popular norte-americano.
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