Frank Sinatra foi, e ainda é, o mais famoso e conhecido intérprete da “grande canção norte-americana” do século XX. Cantor e ator, não só teve reconhecimento popular, como também conquistou todos os prêmios que um artista poderia desejar. Na “era do swing”, escolhido pela crítica o melhor “crooner” de big bands; no disco, ganhou vários prêmios “Grammy” e, no cinema, o cobiçado “Oscar” da Academia de Hollywood. Trabalhador incansável, gravou em estúdio, mais de 1300 temas musicais, aparecendo em cerca de 60 películas cinematográficas.
Ao se desligar da big band do trombonista Tommy Dorsey e tornar-se cantor independente, liderou o “Songs By Sinatra Show”, programas de rádio de grande audiência, que eram transmitidos de New York, em cadeia nacional e também em ondas curtas para outros países. Com o advento da televisão, passou a se apresentar com igual brilho até praticamente o fim da gloriosa carreira.
Nesta série de dezoito artigos, apresentamos variados aspectos da rica e agitada vida de um dos maiores vultos do cenário artístico norte-americano do século passado. Reconhecimento popular de um ser humano diferenciado que, saiu do anonimato para a glória, mercê de suas qualidades artísticas e incomensurável carisma. Ele sempre procurou cercar-se do que havia de melhor no meio musical para produzir seu trabalho. Como resultado, 6 décadas de domínio e sucesso. A voz mais imitada, ouvida e reconhecida em todo mundo.
Homem que sempre prezou as amizades, conviveu com negros, judeus, muçulmanos, brancos e membros de quaisquer minorias étnicas. Em um artigo publicado em jornais dos anos 1980 declarou: “meus amigos não têm cor, raça ou religião, são apenas seres humanos que estimo”. No decorrer dos anos, gestos de altruísmo foram frequentes, ajudando colegas e amigos em dificuldades. São conhecidos casos em que ajudou discretamente, pagando despesas hospitalares, alugueis residenciais e até funerais, para amigos como Buddy Rich, Woody Herman e Johnny Hartman.
Esses gestos são reflexos da educação recebida dos pais. Segundo as tradições culturais italianas, todo descendente deve apresentar-se bem vestido, relacionar-se bem com as pessoas, ter conduta digna e ajudar quem precisa. É o que se conhece como “La Bela Figura”.
Apesar das contínuas acusações de pertencer à Máfia (organização criminosa de origem italiana com ramificações na América do Norte), saiu ileso de todos os inquéritos. Inúmeras vezes declarou a jornais e revistas que, no “show business”, os donos de nightclubs, hotéis e cassinos onde atuava, eram pessoas ligadas a “gangsters” e a contravenção. Apenas se apresentava em suas casas de diversão e recebia por isso e não tinha envolvimento. Só o acusavam por ser descendente de italianos. Nunca provaram nada contra ele e ainda teve de se defender em duas comissões do Senado Norte-Americano.
Muito talento, apurada técnica vocal e empatia com o público, todo grande artista como Frank Sinatra precisa ter. Nele, sempre houve a necessidade de ser visto e aplaudido. O aplauso era seu alimento preferido. Não foi por isso que, várias vezes, retirou-se das atividades, voltando tempos depois. Queria estar perto de seu público. Um artista completo que, com seu canto embalou gerações e se manteve no pedestal da fama até nos deixar. Francis Albert Sinatra, faleceu vitimado por um ataque cardíaco no dia 14 de maio de 1998 aos 82 anos de idade, no Cedars Sinai Medical Center em Los Angeles-Califórnia. Desapareceu o grande artista, o mito “The Voice”, permanecerá para sempre.
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