São Bernardo colocou fim a um dos maiores problemas dos servidores públicos municipais ao efetivar, na quarta (5), um plano para salvar o IMASF (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo) – autarquia que administra o plano de saúde dos servidores e seus dependentes.
A proposta foi apresentada pelo Imasf e referendada pela Administração. Na Câmara, foi aprovada por 19 votos favoráveis e destaca entre os principais ganhos, o aumento no investimento por parte da Prefeitura, a volta dos principais equipamentos públicos de Saúde da região, como Hospital Brasil (Santo André), Hospital Assunção (São Bernardo) e Maternidade São Luiz (São Caetano).
No texto elaborado, está colocada uma série de medidas a serem tomadas a partir de janeiro de 2019 para o restabelecimento do equilíbrio financeiro da autarquia, que acumula repetidos déficits operacionais, decorrentes, de políticas assistenciais equivocadas praticadas por administrações anteriores. O plano prevê, além do imediato reequilíbrio das contas mensais da autarquia, a cobertura de um rombo de aproximadamente R$ 9 milhões, ainda no exercício de 2019.
SEM REAJUSTE – A proposta do prefeito Orlando Morando garante que não haverá reajuste ao grupo de servidores do plano intermediário do IMASF – são 8.300 pessoas, a maior parte da lista.
Aos usuários do plano especial 1 (6.120 pessoas) serão beneficiados com o a RedeD’Or, garantindo acesso e utilização dos hospitais mencionados acima. Este grupo, com padrão de internação em apartamentos individuais – serão impactados, com acréscimo de 20% nas mensalidades.
“Este plano foi pensado única e exclusivamente no nosso servidor. O IMASF foi criado há várias décadas e tem uma história muito bonita. Contudo, muitos gestores abandonaram e desvalorizaram seu nome. E, pior, quem pagou a conta foram os próprios servidores, que foram perdendo credenciamentos e serviços importantes”, destacou o prefeito.
As demais categorias do Imasf passarão por reajustes, imprescindível para a saúde financeira da autarquia.
PROBLEMAS GERENCIAIS – Ao longo de cinco décadas, foi fundado em 1964, o IMASF conta atualmente com 20 mil beneficiários. Seus grandes déficits financeiros ocorreram no governo de Luiz Marinho (PT), em especial pela passagem de Valdir Miraglia no comando do instituto – conforme relatório de CPI, deixou dívida de R$ 100 milhões.
Os problemas financeiros têm gerado risco de descredenciamento de complexos hospitalares e clínicas conveniadas. Nos dois últimos anos, por exemplo, Morando adotou medidas para sanear a autarquia, antecipando R$ 20 milhões pelas benfeitorias realizadas em área revertida ao município.
NOVO MODELO – Outra medida necessária, vez que o reajustes adequados ao reequilíbrio do IMASF seria bastante oneroso aos servidores, foi a adoção de coparticipação financeira de todos dos beneficiários nos custos de todos os procedimentos médicos e hospitalares. De acordo com o Superintendente do IMASF, Luiz Carlos Gonçalves da Silva, a medida tem caráter educativo, com propósito de inibir excessos, por meio de “fator moderador”. “Este é um modelo que a maioria dos planos particulares utiliza. Será uma parcela pequena sobre cada procedimento, mas que tem papel de responsabilizar o usuário que banaliza os atendimentos”, pontuou.
Todas as medidas apresentadas no projeto foram previamente debatidas e aprovadas pelo Conselho de Administração do IMASF.