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Inadimplência no ABC cresce mais do que a média nacional

A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano apresentou novo estudo de inadimplência na região, com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e apoio da Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC. Os dados mostram que o número de inadimplentes residentes na região cresceu 15,01% em maio de 2023, em relação a maio de 2022. O dado ficou acima da média da região Sudeste (8,11%) e acima da média nacional (9,42%). Na passagem de abril para maio, o número de devedores do ABC cresceu 2,04%. Na região Sudeste, na mesma base de comparação, a variação foi de 2,19%.

A abertura por faixa etária do devedor mostra que o número de devedores com participação mais expressiva residentes no ABC em maio foi o da faixa de 30 a 39 anos (25,71%). A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 50,47% mulheres e 49,53% homens.

Em maio de 2023, cada consumidor negativado da região devia, em média, R$ 5.199,23 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que 25,33% dos consumidores da região tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 37,56% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000. O tempo médio de atraso dos devedores negativados residentes na região do ABC é igual a 25,1 meses, sendo que 34,39% dos devedores possuem tempo de inadimplência de 1 a 3 anos.

O número de dívidas em atraso de moradores do ABC cresceu 30,06%, em relação a maio de 2022. O dado ficou acima da média da região Sudeste (20,31%) e acima da média nacional (20,86%). Na passagem de abril para maio, o número de dívidas do ABC cresceu 3,84%. Na região Sudeste, nessa mesma base de comparação, a variação foi de 4,24%.

O setor com participação mais expressiva do número de dívidas em maio na região do ABC foi Bancos, com 75,63% do total de dívidas.

No mesmo período, cada consumidor inadimplente residente no ABC tinha em média 2,114 dívidas em atraso. O número ficou abaixo da média da região Sudeste (2,118 dívidas por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (2,087 dívidas para cada pessoa inadimplente).

Para Alexandre Damásio, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de São Caetano, o aumento também se dá em relação ao aguardo por medidas do governo federal. “Existe, por conta do volume de dívidas abaixo de R$ 5.000, a possibilidade de que as pessoas estejam esperando novos anúncios do governo. Entendo que precisamos de medidas principalmente em relação à educação financeira, orientação financeira aos demissionados, estímulo ao microcrédito orientado, entre outras”, explica Damásio.

O presidente da Agência de Desenvolvimento, Aroaldo da Silva, destaca a preocupação com o crescimento dos números, e comentou sobre o programa Desenrola, do Governo Federal. “É um ponto de preocupação pois, embora temos um poder de compra maior que a média nacional e esse poder aquisitivo pressuponha mais dívidas, estamos vendo os números crescendo e um próximo passo seria um colapso econômico. Por isso a necessidade de seguirmos unindo os atores na região. Quanto à iniciativa federal, entendo que o governo deu um importante sinal, mas precisamos pensar na nossa realidade enquanto ABC”, relata Silva.