A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano do Sul apresentou novo estudo de inadimplência na região, com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e apoio da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC. Os dados mostram um movimento diferente dos últimos doze meses, sendo possível identificar um recuo no número de inadimplentes residentes em três cidades na região, assim como um crescimento menor nas cidades em que houve acréscimo.
O estudo aponta que o número de inadimplentes residentes na região cresceu 12,06% em junho de 2023, em relação a junho de 2022. O dado ficou acima da média da região Sudeste (6,78%) e acima da média nacional (7,64%). Entretanto, na passagem de maio para junho, o número de devedores da região do ABC cresceu apenas 0,17%. Na região Sudeste, na mesma base de comparação, a variação foi de ‐0,70%. Comparando o dado entre cidades, São Caetano do Sul (-0,95%), Mauá (-0,69%) e Ribeirão Pires (-0,11%) apresentaram a diminuição no número. Um cenário diferente do último período, quando destacamos os últimos doze meses. Nas demais cidades, embora ainda haja o aumento, há um recuo na taxa.
A abertura por faixa etária do devedor mostra que o número de devedores com participação mais expressiva residentes no Grande ABC em junho foi o da faixa de 30 a 39 anos (25,62%). A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 50,43% mulheres e 49,57% homens. No mês, cada consumidor negativado da região devia, em média, R$ 5.125,30 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que 25,72% dos consumidores da região tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 37,90% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000. Em junho de 2023, o número de dívidas em atraso de moradores da região da Grande ABC cresceu 24,69%, em relação a junho de 2022. O dado ficou acima da média da região Sudeste (17,13%) e acima da média nacional (17,16%). Na passagem de maio para junho, o número de dívidas da região da Grande ABC caiu ‐0,03%. Na região Sudeste, nessa mesma base de comparação, a variação foi de ‐1,06%.
O setor com participação mais expressiva do número de dívidas em junho na região da ABC foi Bancos, com 73,36% do total de dívidas. Entretanto, é possível ver um aumento de inadimplência no setor de água e luz. A título de comparação, em janeiro, apenas 7,81% dos moradores tinham dívidas nos setores. Agora são quase 13%. Por fim, em junho de 2023, cada consumidor inadimplente residente na região da Grande ABC tinha em média 2,110 dívidas em atraso. O número ficou abaixo da média da região Sudeste (2,110 dívidas por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (2,077 dívidas para cada pessoa inadimplente).
Alexandre Damásio, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de São Caetano do Sul, destaca o movimento de recuo na inadimplência na região. “Nós vemos um crescimento menor em algumas cidades e decréscimo de devedores entre maio e junho, marcando um movimento de queda de inadimplência. Esses dados destacam a importância de discutirmos ainda mais a temática, assim como a discussão sobre educação financeira que vem sendo encampada pelo CDL e Agência de Desenvolvimento”, explica Damásio.
O presidente da Agência de Desenvolvimento, Aroaldo da Silva, falou sobre a importância de mecanismos para aumentar a renda da população, e alertou para a atual política do Banco Central. “Um desafio que temos daqui para a frente é como vamos trabalhar para organizar o mercado de trabalho, criar emprego de qualidade e aumentar a renda do brasileiro. Na questão da educação financeira, é importante alertar sobre um grande problema, que é a absurda taxa de juros praticada pelo Banco Central”, relata Silva.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil