Levantamento da B3, bolsa de valores de São Paulo, mostra que o número de pessoas físicas que investem em renda variável cresceu 35% no terceiro trimestre de 2022 na comparação com igual período do ano passado, passando de 3,3 milhões em 2021 para 4,6 milhões neste ano. Renda variável são ativos em que o retorno financeiro não pode ser dimensionado no momento da aplicação. Ela pode variar positivamente ou negativamente, conforme as expectativas do mercado.
O estudo mostra que houve aumento nas negociações e no valor de todas as modalidades de investimento na bolsa. O número de investidores em produtos de renda fixa passou de 9,6 milhões para 12,6 milhões, o que reflete a alta da taxa Selic. O Tesouro Direto, por sua vez, é opção de investimento para cerca de 2,1 milhões de pessoas físicas, com alta de 25% no terceiro trimestre em relação a igual período de 2021.
Em nota, Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoa Física da B3, disse que os números mostram que o brasileiro tem buscado diversificação de investimentos para além da poupança. Segundo ele, isso demonstra o potencial desse segmento e explica “o saldo positivo e crescimento recorrente do número de pessoas físicas nos últimos anos”.
A B3 fez um estudo complementar para avaliar o comportamento de investidores pessoa física em outubro, mês das eleições. O levantamento mostrou que houve crescimento no número de pessoas físicas, inclusive com aumento no volume negociado e na participação em custódia dos ativos. “O volume médio negociado por dia no mercado à vista de renda variável aumentou 18%, passando de R$ 7,8 bilhões para R$ 9,2 bilhões”, aponta o estudo.
Os dados mostram ainda que, entre as 106 mil pessoas que começaram a investir em renda variável no mês de setembro, 31% fizeram a primeira operação com valor de até R$ 40. Outros 29% fizeram investimentos com valores entre R$ 40 e R$ 200. “Isso reforça que mais brasileiros têm descoberto que é possível começar a investir em renda variável com tíquetes de entrada menores e têm buscado experimentar novas opções”, disse a B3.
As pessoas físicas representam 16% de todo o volume negociado no mercado à vista na bolsa de valores de São Paulo.
Foto: REUTERS – Amanda Perobelli – Agência Brasil