
“O momento atual é favorável para investimentos e para a abertura de novos mercados para a Itália. O setor enogastronômico é um dos mais importantes e prova disso é o crescimento de 10% na importação de vinhos italianos para o Brasil ocorrida no último ano.” A afirmação foi feita pelo cônsul-geral da Itália em São Paulo, Domenico Fornara, na abertura da segunda etapa dos roadshows I Love Italian Wines, realizada, na quarta (10), na capital paulista. Já realizado no Rio de Janeiro, o evento se encerra nesta sexta (12), em Belo Horizonte (MG).
Os roadshows são organizados pela ICE – Agência para a promoção no exterior e a internacionalização das empresas italianas | Departamento para a promoção de intercâmbios da Embaixada da Itália (ITA – Italian Trade Agency) em parceria com a Milanez & Milaneze – empresa brasileira controlada pela VeronaFiere, responsável pela Vinitaly, em Verona (Itália), e a Wine South America, em Bento Gonçalves (RS), duas das principais feiras mundiais dedicadas à promoção da produção vitivinícola.
De acordo com Milena Del Grosso, diretora da Agência ICE para o Brasil, “esse é o quarto ano em que realizamos os roadshows, uma oportunidade única de apresentar os vinhos italianos ao mercado brasileiro”.

Além da mostra de cerca de 500 rótulos de 55 empresas – entre importadores e vinícolas italianas, algumas das quais inéditas no Brasil -, outro destaque do evento foram as masterlcasses.
Na primeira delas, Jorge Lucki, um dos mais respeitados críticos de vinhos do Brasil, autor de livros como A Experiência do Gosto e membro da Académie Internationale du Vin, apresentou doze rótulos de diferentes regiões da Itália. De Marche, a escolha de Lucki recaiu sobre o Ciró DOC Rosso, proveniente da Calábria, muito perfumado, encorpado, ligeiramente tânico e ainda pouco conhecido no Brasil, que também é o caso do Falconaro Isola dei Nuraghi IGR Carignano 2020, originário da Sardenha, um vinho com notas de frutas vermelhas – ameixa e cereja preta -, nuances de especiarias e um leve toque terroso.
Outro destaque da apresentação de Lucki foi o Etna Rosso Pietradolce 2022, produzido na região do Etna, na Sicília, e que tem aroma de frutas do bosque, ervas e raízes com notas de defumado e leve toque salino. Esse rótulo é importado pela Italy Import, empresa do ex-goleiro da seleção brasileira de futebol, Cláudio Taffarel.
De Abruzzo chegaram dois vinhos: Montepulciano d’Abruzzo DOP Rubi, que se evidencia por seu aroma combinando frutas vermelhas maduras, nuances de alcaçuz, cravo e cacau; e Montepulciano d’Abruzzo DOC Riserva Piandimare “MONOLITH”, cuja essência tem notas de cereza com toques de baunilha, tabaço e alcaçuz.
Depois de informar que, atualmente, a Itália produz mais vinhos brancos do que tintos, Lucki mostrou dois rótulos selecionados: o Bianco Marche IGT Guerriero del Mare, um vinho de aromas frescos e delicados de flores brancas, frutas cítricas e maçã verde. Já de Friuli-Venezia Giulia, chega o Jermann Vinnae Ribolla Gialla 2022, um branco com perfume de frutas frescas e notas minerais.
Lucki escolheu ainda o “Vigilius” Teroldego Rotaliano DOC 2021, com bouquet intenso de notas balsâmicas e especiarias, é proveniente da região de Trentino-Alto Ádige; o Barbaresco DOCG 2021, originário do Piemonte, é uma rica combinação de frutas vermelhas, gerânio, viuoletas, pimenta verdade, canela, noz-moscada, feno, madeira, avelã, baunilha e anis; o Brunello di Montalcino DOCG 2020, vinho da Toscana, tem aroma de frutas vermelhas maduras, como cereja e amarena, com notas de geleia, baunilha de leve tostado; o Taurasi DOCG, rótulo produzido na Campânia, apresenta notas de frutas silvestres; e, por fim, o Amarone della Valpolicella Ansari DOCG, originário do Vêneto, combina notas frutadas de groselha preta, mirtilo, cereja madura, ameixa, figo com notas de café e pimenta.
A segunda masterclass reuniu vinhos premiados pelo Merano Wine Festival e foi conduzida por por Marcelo Vargas, um dos mais premiados sommeliers e educadores do Brasil, com a colaboração de Karine Souza, Wine Hunter Ambassador do evento.
Vargas escolheu seis rótulos: Grumarello Carmignano Riserva DOCG, um vinho da Toscana, com aroma de violetas, ameixas e notas de baunilha; Frupa Piedirosso Pompeiano IGT, proveniente da Campânia, tem bouquet de frutas vermelhas com componentes florais e notas herbais e terrosas; e Montefalco Sagrantino DOCG, originário da Umbria, combina notas balsâmicas e frutas vermelhas maduras, acompanhadas de especiarias delicadas e toques terciários de couro.
Do Piemonte, Vargas selecionou o Barbera d’Asti DOCG Superiore ‘Ciabot d’la Mandorla’, com aroma de rosas e notas de eucalipto, frutas vermelhas e especiarias; Cerasuolo di Vittoria DOCG, um vinho da Sicília, com nota de frutas vermelhas frescas (cereja, framboesa e romã) combinadas a toques florais; e o Frugifero Primitivo Salenti IGT, que vem da região de Puglia e combina notas de frutas, como figo em compota e ameixas assadas, e especiarias – toques de noz-moscada e alcaçuz.
Empresas participantes

Do Abruzzo chegam vinhos produzidos por Cantina Tollo, Crea Vini e Novaripa. A Calábria é representada pela La Pizzuta del Principe, enquanto os vinhos da Campânia vieram de Le Lune del Vesuvio, Societá Agricola Bellaria, Societa Agricola Nativ e Sorrentino.
Vinhos do Friuli Venezia-Giulia são destaques das empresas Tacoli Asquini, I Feudi di Romans e Valpanera. O Lazio é representado pela Cantina Leonardi, a Lombardia, pela Aziednda Agricola Monzio Campagnoni e a Marche, pela Tenuta Barbarossa.
Seis empresas apresentam vinhos da Toscana: Avignonesi, Castello di Verrazzano, Col d’Orcia, Inserrata, Menicucci Firenze 1689 e Tenuta di Artimino. Já o Piemonte enviou vinhos da Azienda Agricola Gozzelino e Cantina all’Insu.
Cantina Sociale di Manduria, Carvinea e Felline apresentam vinhos da Puglia, enquanto Valle delle Ferle, da Sicilia.
Algumas empresas possuem estabelecimentos em várias regiões e apresentam uma seleção de vinhos de cada uma delas. É o caso de Argea (Piemonte e Emilia-Romagna), Gruppo i VInai (Toscana, Puglia e Sicilia), Loacker Wine Estates (Toscana e Alto Adige), Ozzano (Piemonte, Vêneto, Toscana, Puglia e Sicilia) e The Wine Company (Vêneto, Abruzzo e Toscana).
E há ainda vinhos premiados, ainda inéditos no Brasil, produzidos Azienda Agricola Gozzelino, Cantina all’Insù, Cantine Briziarelli, Carvinea, Sorrentino Vini, Tenuta di Artimina e Tenuta Valle delle Ferle, escolhidos pelo Merano Wine Festival.
Diversas importadoras atuantes no Brasil também estão presentes no encontro e mostram seus respectivos portifólios com vinhos de quase todas as regiões italianas: BWC Wine Cellars, Casa Mediterrânea, Casa Scalecci, Cecconello Vino, Déjà Vino, Europa Distribuidora, ItaliaMais, Italy Import, Italy’s Wine, Qualimais, Sicilianess, Villa Cabianca e Vinifera Import. Mais informações: www.italianwines.com.br
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