
A nossa Igreja Matriz – Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem Basílica Menor – foi abrigo e escola para muitos imigrantes italianos desde que chegaram ao Brasil. Meus pais, duas irmãs e eu, com 15 anos, chegamos em 15.04.1954. Logo fui convivendo com outros italianos vindos, em 1952, da província italiana de Rovigo, região do Vêneto.
Entre eles, estava o Padre Albano Zatti, um jovem muito inteligente e empenhado. Com ele formamos a Associazone Cattolica Italiana e, em seguida, surgiu a Santa Missa Italiana. Era celebrada aos domingos, às 9h30, rezada em latim e cantada por nosso Coral San Pio X, formado por mais de 20 rapazes, regido pelo Padre Albano e tendo como pianista a maestrina Roni Bernardina Basso Falsi.
Não éramos profissionais, mas cantávamos com amor. Em 19 de março de 1960, gravamos nosso primeiro disco “Ricordo” pelo selo Odeon. O pároco na época era o Padre Fiorente Elena e, desde o início, sempre nos apoiou. Há 32 anos pertenço ao Coral Bicchieri D’Oro, que tem todo o repertório voltado às canções italianas e é regido pela maestrina Simone Strublic.
Atualmente, as missas italianas são celebradas na Matriz todo terceiro domingo de cada mês, às 12h, com cânticos italianos entoados pelo Coral Santa Cecília, sob a regência do maestro Renan Guazzelli. Fico feliz em ver que a igreja ainda apoia nossas tradições.
Giordano Zanon – integrante da AME (Associação dos Amigos da Memória de São Bernardo)

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