Quinta Avenida

Jelly Roll Morton – expoente do jazz

Jelly Roll Morton, pianista, compositor e líder de banda, nasceu no dia 20 de setembro de 1885 na comunidade “crioula” do bairro de Faubourg Marigny no centro de Nova Orleans. Seu nome na certidão de nascimento era Ferdinad Joseph LaMothe e se gabava como sendo o criador do jazz. “Jelly Roll” é uma gíria com conotação sexual. No entanto, era um exímio pianista e teve grande presença na evolução do jazz no início do século XX.

Jelly Roll Morton

Jelly Roll era também arranjador talentoso compondo partituras especiais aproveitando com as limitações de três minutos dos discos de 78 rotações. Já aos 14 anos de idade começou a tocar piano em “bordéis” do bairro de Storyville e cantando letras obscenas usando justamente o apelido de “Jelly Roll”. Aproveitava o tempo para jogar sinuca à dinheiro, como comediante de vaudeville e pianista em cabarés.
t Ele foi uma importante figura de transição entre os estilos de piano “ragtime” e jazz. Tocou na “Costa Oeste” (California) entre 1917 e 1922, após mudou-se para o grande centro musical do país, Chicago-Illinois, onde alcançou seu auge. As gravações com solos de piano que realizou em 1923 e 1924 para a etiqueta Gennett Records, tornaram-se muito populares e influentes.
Em 1925, formou a banda denominada “Red Hot Peppers” (Pimentas Vermelhas Picantes) gravando uma série de clássicos do jazz para a etiqueta Victor. Nesses registros fonográficos contou com alguns dos melhores músicos de Nova Orleans, como Kid Ory, Barney Bigard, Johnny Dodds, Johnny St. Cyr e Baby Dodds, só “feras”, só expoentes do jazz.
Em novembro de 1928, Morton casou-se com a dançarina Mabel Bertrand, na cidade de Gary-Indiana, mudando-se para Nova York em seguida, onde continuou gravando até 1930. A versão Nova-iorquina do “Red Hot Peppers” agora contava com os músicos Bubber Miley, Pops Foster e Zutty Singleton.
Como muitos músicos do estilo “Hot Jazz”, a depressão econômica com a quebra da bolsa em 1929, foi dura com “Jelly Roll”. Agora, o público preferia os sons mais suaves das big bands, passando por momentos difíceis depois de 1930. Em 1935 mudou-se para Washington D.C. tornando-se gerente e pianista do bar chamado, em diferentes períodos de “Music Box”, “Blue Moon In” e “Jungle Inn”, no bairro afro-americano de Shaw. Era também mestre-de-cerimônias, segurança e barman.
Em 1938, o produtor Alan Lomax gravou com Morton uma série de entrevistas sobre o jazz antigo para a Biblioteca do Congresso. Somente uma década após, essas entrevistas foram divulgadas. Durante o período em que gravava, Morton foi gravemente ferido à faca quando uma briga começou no estabelecimento em que tocava em Washington D.C. A recuperação dos ferimentos foi incompleta, sofrendo com frequência problemas respiratórios, até se restabelecer completamente, após longo período de convalescença.
Passado algum tempo, mudou-se para Los Angeles-California com uma série de manuscritos de novas músicas e arranjos, planejando formar nova banda e retomar à carreira. No entanto, adoeceu novamente logo após sua chegada e faleceu no dia 10 de julho de 1941, após onze dias de internação no Hospital Geral do Condado de Los Angeles. Segundo o historiador de jazz David Gelly, apenas alguns músicos compareceram ao funeral.
Jelly Roll Morton falceceu aos 56 anos de idade, pouco antes do revival de “Dixieland” resgatar muitos de seus colegas da obscuridade musical.

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